A maioria dos portugueses, 60 por cento, sente-se agora mais insegura do que há cinco anos. A conclusão é de um estudo da Deco, divulgado esta segunda-feira.
Um total de 40 por cento dos 2400 portugueses inquiridos revelou ter sido já vítima de um crime. Para além de Portugal, o estudo foi também realizado em Espanha, Bélgica e Itália.
Carlos Morgado, o coordenador deste trabalho sublinha o facto de Portugal ser aquele em que se registam menos crimes, mas onde o sentimento de insegurança é maior.
«Dos quatro países somos o que apresenta a taxa de criminalidade mais baixa, mas paradoxalmente mais de 60 por cento da população sente-se mais insegura hoje em dia do que há cinco anos», explicou.
O responsável considerou que para este cenário contribuem aspectos como a «mediatização» do crime, na medida em que são frequentes as notícias sobre «assaltos a bancos ou ourivesarias».
Este estudo da Deco concluiu que há também alguma desconfiança em relação ao trabalho da polícia. Por isso muitas vítimas de crimes não apresentam queixa.
«Há muitas reticências da parte dos cidadãos. Nós temos uma taxa de criminalidade em 2006, de acordo com o nosso estudo, de 20 por cento, sensivelmente o dobro das estatísticas oficiais. Mais de metade das vítimas não apresenta queixa às autoridades policiais porque considera que não vai ter consequências práticas», explicou Carlos Morgado.
As cidades portuguesas onde o sentimento de insegurança é maior são Lisboa, Porto, Amadora, Aveiro, Almada e Santarém.