Esta sexta-feira de manhã a greve já se estava a reflectir na recolha de lixo e no sector da saúde. Os sindicatos estão a prever o encerramento de muitas escolas, repartições de finanças e tribunais. Mais de 55 por cento dos portugueses inquiridos pela Marktest para a TSF e DN dizem concordar com a paralisação.
A sindicalista Ana Avoila. da Frente Comum, afecta à CGTP, fez um primeiro ponto de situação à TSF, referindo que se prevê «uma grande greve».
«O país está sem recolha de lixo, na saúde apontamos para uma adesão superior a 70 por cento, o instituto de metrologia também fechou as portas, tudo indica que as expectativas dos sindicatos se confirmam», salientou.
O Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local diz que a adesão dos funcionários da recolha do lixo terá sido uma das maiores participações de sempre.
Nobre dos Santos, da FESAP, corrobora essa ideia destacando algumas localidades onde não houve recolha do lixo.
«Na grande Lisboa a adesão foi bastante significativa, assim como na Amadora, em Mourão e em Almada. Mas quanto aos números finais só podemos falar depois [de terminada a greve]», explicou o sindicalista.
As estruturas sindicais que convocaram a greve de hoje contra a lei de vínculos e carreiras estão optimistas quanto à adesão à paralisação.
Nas escolas, Mário Nogueira, da Fenprof, que se encontra em protesto na escola Gil Vicente, Lisboa, disse à TSF que «só um número muito reduzido» de professores que foram às aulas.
«Em Lisboa temos a confirmação de pelo menos 30 escolas encerradas, e muitas outras em Loulé, Olhão, Braga, Gondomar, Viseu, Castelo Branco. E há até pequenos conselhos onde não há nem uma escola aberta», acrescentou o sindicalista.
No sector da saúde, os primeiros números deixam também perceber uma forte adesão de médicos, enfermeiros e funcionários.
No hospital de São José e no do Montijo, a greve dos enfermeiros rondou os 100 por cento. Mais a norte, no centro hospital de Vila Real, a adesão será superior a 70 por cento.
As lojas do cidadão, de norte a sul, são excepção à greve, já que quase todos os serviços estão a funcionar normalmente.
Portugueses concordam com greve
Esta greve é um protesto que os portugueses dizem apoiar: 55,5 por cento dos inquiridos no barómetro da Marktest para a TSF e DN dizem que concordam com esta greve.
Os mais jovens, sobretudo no sul e na grande Lisboa, e que votam PSD, são os que mais apoiam a greve: mais de 55,5 por cento, 34 por cento estão contra, e 10 por cento não sabe ou não responde.
Entre os que estão contra, mais de metade vota no PS e vive no norte ou centro do país.
O barómetro foi realizado pela Marktest para a TSF e DN, através de 807 entrevistas por telefone, 408 a mulheres. O erro da amostra é de 3,4 por cento.