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Sousa Franco contra portagens na CREL

O ex-ministro das Finanças, Sousa Franco, garante que nunca colocaria portagens na CREL, defendendo antes geradores «de receitas efectivas». Sousa Franco entende que o défice de 2003 é que será importante, e quer reformas estruturais no país.

O ex-ministro das Finanças, Sousa Franco, garante que nunca optaria por colocar portagens na CREL. O antigo ministro do primeiro Governo PS disse não querer apreciar o aspecto político da decisão do Governo PSD/CDS-PP, por não conhecer até que ponto podem ajudar a reduzir o défice, mas adianta que seria necessário considerar medidas «geradoras

«O aspecto político não tenho que o apreciar. No aspecto financeiro, as medidas têm de ser apreciadas. Não conheço em pormenor para saber se vão ajudar ou não a reduzir o défice é necessário que se considerem geradores de receitas efectivas e que essas receitas efectivas tenham efeito no défice», explicou o antigo responsável pelas Finanças.

Défice de 2003 «é que conta»

Apesar deste último esforço para reduzir o défice de 2002, Sousa Franco considerou que «em todo o caso, o défice importante para Portugal é o de 2003. Esse é que conta».

Quando questionado sobre se tomaria as mesmas medidas, caso fosse ainda o titular da pasta, Sousa Franco sublinhou que «certamente, pelo menos uma delas não. A da CREL, obviamente».

Próximo ano precisa de reformas e moderação salarial

O economista aproveitou para defender uma política de reformas estruturais em Portugal, já que o actual executivo dispõe de uma maioria parlamentar absoluta. Para 2003, disse que seria «um ano difícil», já que as dificuldades deverão manter-se.

«Todos entendemos que só é possível quer o relançamento da Economia para além de 2003, quer a disciplina das finanças públicas, como condição para esse relançamento, através de reformas estruturais».

«Estamos todos à espera que, como o Governo tem maioria parlamentar, faça reformas estruturais, no domínio da Justiça, da Saúde, da Segurança Social, da Educação e da Administração Pública, visto que são essas as grandes áreas das quais depende termos um melhor Estado».

Para ajudar a atingir os objectivos económicos em 2003, Sousa Franco referiu ainda que «todos percebemos que este é um momento de moderação salarial. Não defendo congelamento, mas defendo moderação», concluiu.