economia

«Portugal não tem razões para se entregar ao pessimismo»

Apesar de 2003 augurar ser um ano com menos poder de compra e mais desemprego, Mário Soares considera que a crise portuguesa é mais psicológica do que real. As declarações fora publicadas na «Pública».

Num artigo publicado na revista «Pública» (suplemento do jornal «Publico»), Mários Soares deixa a ideia de que a crise económica portuguesa é mais psicológica do que real e que não se justifica tanto pessimismo.

Soares considera que os portugueses não têm grandes razões de queixa e diz que Portugal pode mesmo considerar-se um país privilegiado se se olhar para o resto do mundo, «mesmo em relação a Espanha», segundo o ex-presidente da República.

Soares diz mesmo que «os últimos 30 anos foram de contínuo crescimento». O eurodeputado reconhece a existência de uma crise financeira, agravada pela conjuntura política, mas «afinal estamos porventura melhor do que a França e seguramente melhor do que a Alemanha, relativamente ao cumprimento dos critérios de exigência».

Neste artigo, Soares avisa que não devemos ser nós, com este pessimismo, a assustar os investidores nacionais e estrangeiros, ou seja, não devemos colocar «pedras na engrenagem económica espalhando a desconfiança e o medo quanto ao futuro».

Há ainda um recado de Mário Soares para Manuela Ferreira Leite e Durão Barroso. O deputado europeu considera que «é necessário reduzir o défice», mas não a qualquer preço, ou seja, «indo ao bolso dos mais pobres e ignorando a fuga aos impostos dos mais ricos ou o despesismo de certas regiões e do Estado».