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A Juventus fez uma corrida de trás para a frente e o Sporting perdeu em Itália

Alessandro Di Marco/EPA

Alex Sandro adiantou os leões aos 12 minutos, mas Pjanic e Mandzukic protagonizaram a reviravolta. Juventus passa a ter 6 pontos e o Sporting 3.

Há 24 jogos que a Juventus não sentia o sabor da derrota em casa. O Bayern de Munique foi a última besta negra da "vecchia signora" (2-0 em Abril de 2013) e Mario Mandzukic marcou um dos dois golos que derrotaram os italianos. A vida dá muitas voltas, tal como o futebol, e o croata acabou por, mais de 4 anos e meio depois, voltar a marcar, mas desta vez a favor da Juventus. E decidiu o jogo.

Nesta história de trás para a frente, há um outro "cruzamento" entre o Bayern e a Juventus que é preciso salientar: o homem que fez o cruzamento, com conta peso e medida, para a cabeça de Mandzukic chegou esta época à Juve vindo... do Bayern de Munique. Massimiliano Alllegri apostou, aos 82 minutos, no brasileiro Douglas Costa, que veio da Alemanha por um empréstimo milionário e ele entrou, recebeu a bola na esquerda, levantou a cabeça e cruzou para o croata. Mandzukic, dentro da área, ganhou a posição a Jonathan Silva (que tinha entrado na segunda parte para o lugar de Coentrão) e marcou.

A cabeçada vitoriosa do croata foi o materializar de uma superioridade nas estatísticas que não encontra espelho no que os olhos sem auxílio da tecnologia viram. Sim, a Juventus rematou mais de três vezes mais que o Sporting, teve mais posse de bola, foi mais eficaz no passe, colocou mais bolas na área e esmagou nos cantos. Mas o futebol não é só isso. E quem só tivesse visto a segunda parte não acreditaria em nada disto das estatísticas. Nos segundos 45 minutos o Sporting conseguiu mesmo dominar o meio-campo, controlar o jogo, gerir o ritmo, e isto durante largos minutos. Mas quando Allegri fez aquela substituição, quando Douglas Costa acelerou pela esquerda e criou desequilíbrio, todo esse controle caiu por terra. E para baralhar mais um pouco, foi quando até foi mais dominado pelo adversário que o Sporting conseguiu o equilíbrio no marcador: chegou ao fim dos primeiros 45 minutos com o marcador no 1-1.

Vamos lá então ao início.

Fábio Coentrão voltou a ser titular e entrou autoritário a defender, não dando um centímetro a Cuadrado, e influente no ataque. Doumbia desta vez começou no banco e Bas Dost entrou de início. Acabaram por ser dois suspeitos do costume nestas andanças da Liga dos Campeões esta época a conseguir colocar os leões na frente no Juventus Stadium. Bruno Fernandes pegou numa bola perdida por Pjanic, fez um passe a que Alex Sandro não chegou e isolou Gelson Martins. O jovem avançado, na cara de Buffon, permitiu a defesa ao guarda-redes, mas Alex Sandro vinha numa correria desenfreada, para emendar o falhanço na interceção, e acabou por involuntariamente atirar a bola para dentro da baliza.

O relógio marcava 12, uma dúzia de minutos, e a Juventus correu atrás do prejuízo. Apertou, apertou, cruzou, tentou entrar com a bola dominada dentro da área, conquistou pontapés de canto, até que, aos 29 minutos, Bataglia carregou em falta Pjanic à entrada da área. O sérvio tomou pouco balanço, encheu o pé de jeito e fez a bola voar de forma perfeita para poder ultrapassar a barreira e aninhar-se no fundo das redes de um impotente e parado, em pé, Patrício.

Nos 16 minutos que o árbitro demorou mandar toda a gente para o balneário, o Sporting tentou sacudir a pressão de uma Juventus que chegava perto, bem perto da baliza leonina, mas não conseguia criar mais calafrios sérios a Rui Patrício.

Na segunda parte, como já dissemos, o equilíbrio foi a nota dominante. Mas depois apareceu o tal Douglas Costa, montado no foguete dele, munido de régua e esquadro, que meteu a bola direitinha na cabeça de Mandzukic. Foi a primeira vitória da história da Juventus contra o Sporting. Mas também foi o primeiro jogo entre as duas equipas. Daqui a 15 dias há novo encontro.