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República Centro-Africana vive uma "crise dramática, mas esquecida"

Deavid Fernandez/EPA

António Guterres visitará o país entre 24 e 27 de outubro.

O conflito na República Centro-Africana é "uma crise dramática, mas esquecida", afirmou o secretário-geral da ONU, António Guterres, em entrevista à AFP e televisão RFI, antes de visitar o país, de 24 a 27 de outubro.

"A República Centro-Africana está muito longe das atenções da comunidade internacional. O nível de sofrimento do povo, mas também os dramas sofridos pelos trabalhadores humanitários e as forças de manutenção de paz merecem uma solidariedade e uma atenção acrescidas", considerou o chefe da Organização das Nações Unidas (ONU).

O início da visita coincide com o Dia das Nações Unidas, proclamado em 1947, que marca a entrada em vigor da Carta das Nações Unidas.

O país conhece desde há vários meses um aumento dos confrontos entre grupos armados, que disputam recursos naturais e zonas de influência, pretendendo assegurar a defesa das populações comunidades locais.

"Desde o início do ano, tivemos 12 trabalhadores humanitários e 12 soldados de paz mortos na República Centro-Africana. Isto demonstra a que ponto a situação se degradou", salientou Guterres, que, além da capital, Bangui, também tenciona deslocar-se a Bangassou, no sul.

A República Centro-Africana passou a viver uma situação de caos em 2013, com o derrube do antigo presidente François Bozizé por uma rebelião de maioria muçulmana, designada Séléka.

Este golpe suscitou uma contraofensiva dos designados anti-Balakas, uma milícia maioritariamente cristã, e conduziu a massacres, que provocaram a intervenção militar da França e, depois, a deslocação da MINUSCA.

A missão das Nações Unidas no país, a MINUSCA, conta com cerca de 12.500 'capacetes azuis'.

Portugal mantém 160 militares na MINUSCA, na sua maioria comandos.