Economia

Bazuca do BCE vai perdendo força: compra de ativos reduzida para 30 mil milhões

Reinaldo Rodrigues/Global Imagens

O Banco Central Europeu (BCE) anunciou que irá reduzir para metade (30 mil milhões de euros) as compras mensais de ativos no mercado a partir de janeiro e pelo menos até setembro de 2018.

Em comunicado, a instituição liderada por Mario Draghi afirmou esta quinta-feira que as compras previstas no programa de aquisição de ativos vão continuar no ritmo mensal de 60 mil milhões de euros até ao final deste ano, baixando a partir de janeiro.

"As compras de ativos devem continuar [mas] a um ritmo mensal de 30 mil milhões de euros até ao final de setembro, ou além disso, se necessário, e caso de o Conselho de Governadores veja um ajustamento sustentado no caminho da inflação, consistente com o objetivo", afirma o BCE no documento emitido esta manhã, no final da reunião do Conselho de Governadores.

Caso as previsões fiquem menos favoráveis, ou se as condições de financiamento se tornarem inconsistentes com o objetivo de médio prazo, de uma inflação próxima, mas abaixo de 2%, o Conselho de Governadores "está pronto para aumentar o programa de compra de ativos em termos de volume e/ou duração".

O programa de compra de dívida, cuja redução estava há muito anunciada, serve para evitar um período demasiado longo de preços baixos, reconduzindo a inflação a níveis próximos de 2% a médio prazo. A "bazuca" de Mario Draghi foi lançada em 2015, depois de as taxas de juro diretoras (que servem de referência para os empréstimos bancários) já estarem praticamente a zero.

Vários economistas apontam como um dos principais efeitos deste programa a redução do custo de financiamento da dívida pública.