Há quase duas décadas que não se conhecem ao certo estatísticas sobre como vamos para o trabalho e para a escola. Respostas vão ajudar a desenhar mudanças nas políticas de transportes.
Depois do recenseamento da população que se faz de dez em dez anos (o próximo será em 2021), o Instituto Nacional de Estatística (INE) tem em curso a segunda maior operação estatística do país. Uma operação que não se realizava há quase 20 anos: o Inquérito à Mobilidade.
A meta é obter respostas de 210 mil famílias, ou seja, entre 500 a 600 mil pessoas, numa grande amostra para perceber o que falha na mobilidade nas Áreas Metropolitanas de Lisboa e do Porto.
Aquilo que se pretende saber é como é que quem vive nestas zonas (mais de 4 milhões de pessoas; 44% da população nacional) se desloca, quanto tempo demora a ir para o trabalho ou escola, as distâncias que percorremos no dia-a-dia e os preços ou custos que temos.
Cristina Neves, diretora do Departamento de Estatísticas Económicas do INE, explica à TSF que as informações que existem sobre a forma como nos deslocamos todos os dias são poucas e só com as respostas a este inquérito que está em curso até dezembro é que os políticos poderão planear bem o futuro dos transportes em Lisboa e no Porto.
A responsável do INE admite que a resposta ao inquérito demora algum tempo, 20 minutos, mas quem aceitar responder vai estar a ajudar os políticos a decidirem melhor as políticas (e obras) que devem avançar.
O inquérito é respondido pela Internet e o INE pede aos portugueses que, se forem contactados, respondam às perguntas e expliquem bem o que fazem para se deslocar no dia-a-dia.
Os objetivos são perceber os padrões de mobilidade diária da população, a opinião dos utilizadores de transporte individual ou coletivo e aquilo que leva cada um a movimentar-se de uma ou de outra forma.