Em declarações ao Dinheiro Vivo, um porta-voz de Bruxelas admite o aumento de produtividade no nosso país, mas mostra-se preocupado com as baixas qualificações e os salários abaixo da média.
Os salários são abaixo da média e o emprego criado é elevado em setores onde dominam as baixas qualificações. O alerta é da Comissão Europeia em resposta a questões levantadas pelo Dinheiro Vivo.
Ao jornal, um porta-voz de Bruxelas admite o aumento de produtividade no nosso país, mas mostra-se preocupado com as baixas qualificações e os salários abaixo da média.
"Em 2017, o abrandamento verificado nos custos unitários do trabalho deveu-se, principalmente, ao facto de o crescimento dos salários ter continuado a ser lento. Isto pode ser explicado pela elevada proporção de empregos que estão a ser criados em sectores com perfis de baixas qualificações e salários abaixo da média", considera o responsável.
Na semana passada, nas previsões de outono, a Comissão Europeia sinalizou uma evolução da produtividade mais rápida do que os salários.
PSD pede ao Governo emprego mais qualificado
Na sequência da posição transmitida pela Comissão Europeia, o grupo parlamentar do PSD disse esperar que o Governo preste atenção aos avisos de Bruxelas sobre o emprego.
Clara Marques Mendes, deputada social-democrata, diz que o Estado tem de criar condições para que haja mais e melhor emprego.
"Congratulamo-nos de que haja uma maior criação de emprego e uma diminuição do desemprego, mas chamamos a atenção para esta situação de que o emprego é menos qualificado e de que compete ao Estado criar emprego mais qualificado apostado no investimento e no desenvolvimento da economia", disse a deputada.
Segundo Clara Marques Mendes, é preciso que o Governo "ouça o alerta do PSD, mas também o que é dito pela Comissão Europeia", para que haja também uma aposta em "determinados setores" que seja, capaz de criar um mercado de trabalho mais qualificado.