Luís Montenegro afirmou, na TSF, que o Governo socialista está a "chocar com a realidade" depois de ter promovido uma política de reposição de rendimentos aos funcionários públicos.
O antigo líder parlamentar do PSD, Luís Montenegro, acusou esta quarta-feira o Governo socialista de ter criado muitas expectativas aos professores e agora estar a "chocar com a realidade".
No programa da TSF "Almoços Grátis", Luís Montenegro afirmou que o atual Governo "inverteu uma lógica que vinha de trás, essa sim mais prudente".
Estava prevista "uma recuperação remuneratória mais diluída no tempo", quando os socialistas "alavancaram toda a sua política de reposição de rendimentos".
"O Governo entendeu fazer tudo de uma só vez. Sabia que essa escolha tinha consequências, mas escondeu essas consequências", criticou Luís Montenegro, "agora chocou com a realidade".
O antigo líder parlamentar do PSD considera que o executivo de António Costa "optou por prometer primeiro e fazer contas a seguir".
Governo contradiz-se?
Nos "Almoços Grátis" da TSF, em debate com o líder parlamentar socialista Carlos César, Luís Montenegro acusou o Governo de ter feitos declarações contraditórias sobre a resolução do problema do descongelamento da carreira docente.
A secretária de Estado Adjunta e da Educação, Alexandra Leitão, foi ouvida esta quarta-feira no parlamento, garantindo que irá existir uma forma de contagem que tenha em conta os anos de serviço dos professores quando as suas carreiras estavam congeladas.
Na opinião de Luís Montenegro, estas palavras vêm desmentir as declarações feitas pelo primeiro-ministro, na última terça-feira, quando afirmou que o "cronómetro vai voltar a contar", mas que isso não significa "recuperar o tempo em que o cronómetro não contou".
Luís Montenegro lembrou que o congelamento das carreiras começou já em 2005, "com o governo de José Sócrates", e afirmou que os funcionários públicos "não podem estar eternamente sujeitos a uma restrição de progressão das carreiras".