Política

Mudar voto é "normal", diz César. Prova "descoordenação", defende Montenegro

TSF

No programa da TSF Almoços Grátis, Luís Montenegro e Carlos César discutiram o recuo do PS na aprovação do alargamento da Contribuição Extraordinária aos produtores de energias renováveis.

Carlos César diz que "é normal" os partidos mudarem o sentido da votação, as vezes até "em espaços de uma hora ou menos".

No programa da TSF "Almoços Grátis", o socialista justificava assim o chumbo em plenário da proposta do Bloco de Esquerda para alargar aos produtores de energias renováveis a Contribuição Extraordinária sobre o setor elétrico, depois de a medida ter passado na votação da especialidade.

Foram rejeitadas 81 propostas do PCP e 71 propostas do Bloco de Esquerda, esta foi apenas mais uma, desvalorizou o líder parlamentar do PS.

"Não quisemos votar contra a medida em que já havia um acordo conversado com alguns membros do Governo", mas ao fazer uma avocação, já fora manifestada intenção de votar a proposta na sessão plenária seguinte, depois de uma "avaliação e reflexão" mais detalhada.

Para Luís Montenegro, o recuo dos socialistas "impressiona".

"Há qualquer coisa de estranho na posição do PS (...) Vai de um extremo a outro extremo, da aprovação à rejeição", nota o social-democrata. " Não nos digam que é uma coisa normal, banal".

"Houve uma negociação e não foi uma negociação qualquer. Envolveu dois ministérios-chave", das Finanças e da Economia.

Luís Montenegro acusa o Governo de "comportamento errático" e agir com "descoordenação e muita ligeireza".

Podia haver vários motivos para chumbar a proposta do Bloco de Esquerda numa fase inicial, admite Luís Montenegro, como compromissos assumidos com os produtores ou contratos em execução. "Inexplicável é saber-se disso à partida" e a proposta ter, ainda assim, sido votada favoravelmente na especialidade.

"É tudo em cima do joelho (...) há aqui uma forma de estar que tem um padrão este governo é autolimitado, muito sujeito à gestão da espuma mediática e gestão com os parceiros", condena.