Segurança

"Seria um erro histórico" Parlamento não apoiar adesão à defesa europeia

Sara Matos / Global Imagens

Presidente da República apela a rápido entendimento dos partidos e considera "inaceitável" que a decisão tarde por "suscetibilidades" pessoais ou políticas.

Marcelo Rebelo de Sousa defendeu, esta tarde, que "seria um erro histórico" e "inaceitável" se o Parlamento não chegasse a um entendimento, por falta de diálogo, sobre o apoio à adesão de Portugal ao mecanismo de defesa comum europeia, desde o arranque do processo.

Em declarações aos jornalistas à margem de uma iniciativa a propósito do Dia do Voluntário, ao início da tarde, em Lisboa, o presidente da República apelou de forma insistente ao diálogo entre as diferentes forças políticas.

"Os partidos têm de conversar, debater sobre uma proposta que já é bem conhecida", reiterou. Admitindo que preferia que a decisão fosse alcançada através de um consenso, Marcelo Rebelo de Sousa tratou de lembrar que, enquanto presidente do PSD, "não teve dúvida" em fazer um acordo com o PS - que estava no Governo -, sobre a moeda única, para que se "avançasse em conjunto" nessa matéria.

O chefe de Estado, considera, por isso, que é preciso "estabelecerem pontes", salientando que, "qualquer que seja a fórmula, é importante para Portugal" a iniciativa europeia para a criação de um mecanismo de segurança reforçada.

"O que me parece incompreensível é que, não estando em causa a criação de um exército europeu, por razões pessoais, de falta de diálogo, de suscetibilidade, de não haver um mínimo de contacto entre forças políticas, houvesse o mínimo de dúvida quanto ao empenhamento de Portugal na segurança europeia", asseverou o presidente, que recusa lançar farpas ao PSD ou a qualquer outro partido."Eu não estou a qualificar partidos, porque o diálogo tem de ser recíproco", afirmou, sublinhando que "seria um erro histórico" Portugal não avançar com a medida proposta a nível europeu.

"Havia um político francês que dizia que 95% dos problemas em política são de suscetibilidade. Era o que faltava, por uma questão de suscetibilidade de parte a parte, de repente Portugal faltasse a um momento fundamental para a política portuguesa e para a sua posição na Europa", concluiu.