A garantia foi dada, no parlamento, pelo novo presidente da Autoridade Nacional de Proteção Civil, que adiantou ainda que serão sempre feitas "adaptações" face à meteorologia e aos alertas do IPMA.
O general Mourato Nunes reconhece que houve "dificuldades" nas comunicações nos incêndios de junho e outubro, mas diz que não esta "em condições" de dizer se poderia, ou não, haver "outra forma de atuação" por parte da Proteção Civil.
O novo presidente da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) foi ouvido, esta tarde, no parlamento, a pedido do CDS-PP, onde sublinhou que, a partir de agora, serão sempre feitas as "mudanças necessárias" depois de ouvido o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).
"Há duas preocupações: ouvir em permanência o que o IPMA tem para dizer e, face às condições meteorológicas em cada momento, fazer as adaptações e os alertas do dispositivo", afirmou
Durante a audição, Mourato Nunes deu conta de que, para avaliar a "consistência" do comando da ANPC, foi feito um "pequeno teste", este fim de semana, durante a passagem da tempestade Ana pelo território continental. Segundo o presidente, o teste "correu bem", as serve apenas de indicador: "É suficiente para avaliar a consistência do comando nacional e das operações de socorro? É um bom indicador, mas é preciso continuar a afinar",salientou.
Meia centena de meios aéreos contratados para 2018/19. Do Estado, há seis a funcionar
Na audição, o presidente da ANPC deu ainda conta de que está a ser feito fazer um "levantamento" dos meios materiais existentes e adiantou quais os meios aéreos que vão ser contratados pelo Estado para 2018 e 2019. Entre os meios aéreos está um helicóptero para o arquipélago da Madeira.
"Preconiza-se a alocação de um total de 50 meios aéreos, desagregados nas seguintes tipologias: 38 helicópteros ligeiros, para reforço da capacidade de ataque inicial, um deles destina-se à região autónoma da Madeira. Seis aviões anfíbios médios e quatro aviões anfíbios pesados. Finalmente, para comando e controlo, duas unidades de aviões de avaliação e coordenação", esclareceu, acrescentando que, quanto à gestão de meios aéreos por parte da Força Aérea, está a "diligenciar a resolução da problemática de algumas aeronaves" com os militares e com a tutela.
Sobre os meios aéreos que são, atualmente, propriedade do Estado, Mourato Nunes adiantou que existem seis helicópteros Kamov - desses, um tem uma reparação "difícil e extremamente dispendiosa" e dois exigem uma "reparação profunda" - e três helicópteros ligeiros.
"Temos seis meios aéreos operativos [do Estado] para além dos da Força Aérea a que recorremos supletivamente quando necessário", disse.
O general Mourato Nunes confirmou que que vão ser adquiridas "mais quatro estações móveis" com ligação satélite para reforçar as comunicações quando há interrupções de rede, ou seja, o SIRESP passa a ter oito estações móveis.
Fases de combate aos incêndios vão ser "mais flexíveis"
Depois de, durante a audição, ter adiantado que irá haver um "alargamento do período diário" da operação dos meios aéreos e de defender que as fases de combate aos incêndios deviam ser mais "flexíveis", à saúda da audição na Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias, o presidente da ANPC afirmou que, daqui para a frente, as datas das fases de combate vão ser "meramente indicativas".
"Por enquanto elas existem e mantêm-se, simplesmente não ficaremos amarrados a estas datas mas à situação real do país, as datas são referências", disse, sublinhando que é preciso tomar atenção aos "vários estudos" que são feitos sobre "como está a floresta, como está a massa florestal e a meteorologia".