Na mensagem de Natal, Felipe VI adverte que a Catalunha não pode retomar o caminho do confronto e da exclusão, pedindo a recuperação da serenidade e do respeito mútuo.
O rei de Espanha, Felipe VI, apelou, na noite deste domingo, à reconciliação da Catalunha, na sequência das eleições regionais realizadas na última quinta-feira.
Na habitual mensagem de Natal, transmitida a partir do Palácio da Zarzuela, Felipe VI pediu também que o novo parlamento catalão, formado após o sufrágio, respeite os resultados, advertindo ainda que a Catalunha não pode retomar o caminho do confronto e da exclusão e pedindo a recuperação da serenidade e do respeito mútuo.
O monarca espanhol pediu aos representantes eleitos nas eleições da Catalunha que enfrentem os problemas de todos os catalães e que respeitem a sua pluralidade, sem "impor as próprias ideias contra os direitos dos outros".
"O caminho não pode levar novamente ao confronto ou à exclusão, que - como já sabemos - só gera discórdia, incerteza, desânimo e empobrecimento moral, cívico e, naturalmente, económico de toda uma sociedade", referiu Felipe VI, naquele que foi o seu quarto discurso de Natal desde que foi proclamado rei de Espanha.
Dias depois do referendo de autodeterminação da região catalã, realizado em 1 de outubro, o rei de Espanha acusou "determinadas autoridades" da Catalunha de "deslealdade" institucional e de terem uma "conduta irresponsável", totalmente à margem do direito e da democracia.
O movimento Juntos pela Catalunha, do ex-presidente catalão Carles Puigdemont, tinha pedido este sábado ao rei de Espanha para voltar a assumir a figura de mediador, papel que "o chefe de Estado sempre teve", perante a atual situação política catalã.
O apelo a Felipe VI foi avançado pelo porta-voz do movimento e deputado eleito nas eleições catalãs da passada quinta-feira, Eduard Pujol, numa conferência de imprensa realizada este sábado no aeroporto de Barcelona.
Eduard Pujol e outros deputados eleitos do movimento Juntos pela Catalunha regressaram este sábado de Bruxelas, onde estiveram reunidos com Puigdemont - que viajou para a Bélgica após a destituição -, para planificar a estratégia para os próximos dias, plano que se escusou a revelar.