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Antigo ministro de Lula, em entrevista à TSF, diz acreditar que o antigo Presidente do Brasil será condenado na segunda instância, em Porto Alegre, num processo "absurdo e irregular".
Lula da Silva vai entrar no processo eleitoral, mesmo que veja confirmada, esta semana, a condenação. Essa é a convicção do antigo líder do PT e ministro da Justiça de Lula, Tarso Genro, que considera o processo "absurdo". "É um processo tão absurdo, tão irregular, que tem a chance de ser reformado depois."
Tarso Genro falou ainda sobre a possibilidade de Lula recorrer, "porque se baseou em leis que são inconstitucionais".
"Existe possibilidade de recurso. Por exemplo, o Presidente pode, no momento em que pedir o registo da sua chapa, pré-questionar, no próprio ato da inscrição, junto do Tribunal Superior Eleitoral, a inconstitucionalidade da sua condenação porque se baseou em leis, ou em formas e interpretação das leis, que são inconstitucionais. Isso levaria à possibilidade de recorrer ao pleno do Tribunal Superior Eleitoral e depois ainda um recurso ao Supremo Tribunal Federal. Então, esse processo, pode, deve e chegará ao Supremo Tribunal Federal, que não vai poder-se omitir, ele vai de se pronunciar. Será uma decisão histórica tomada ainda esse ano", explicou o antigo governante.
"Permitirá [recurso]. A menos que ele seja preso e seja decretada a sua morte civil, como ocorria antes da Revolução Francesa. O Presidente vai entrar no processo eleitoral, mesmo que seja provisoriamente apoiando outro candidato, para chegar no limite da possibilidade de fazer a sua inscrição junto do Tribunal Superior Eleitoral", adiantou, acrescentando: "Somos uma democracia muito jovem, mas não é tanto o Lula, nós estamos discutindo a profundidade da questão democrática do país."
"Agora os advogados juntaram uma certidão que mostra este imóvel (em Guarujá, S. Paulo) pertence à empresa que alegadamente tinha pagado propina a Lula... Este é um processo absurdo, kafkiano", afirmou Tarso Genro que, esta quinta-feira, participou na Fundação José Saramago, em Lisboa, numa conversa com a pré-candidata do PC do B, Manuela D'Ávila.
Lula foi condenado, na primeira instância pelo juiz Sérgio Moro, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro e na quarta-feira, em Porto Alegre, ficará a saber se a segunda instância confirma ou não a pena de mais de 9 anos de cadeia.