Em Penacova, no distrito de Coimbra, onde os socialistas visitam áreas atingidas pelos incêndios, Carlos César falou sobre o PSD e sublinhou que o PS precisa de "todos os interlocutores".
Carlos César considera que os socialistas não precisam de "novo aliados", mas que, tendo em vista uma "interlocução mais sólida", são necessários "todos os interlocutores".
Esta manhã, em entrevista à TSF, a propósito das Jornadas Parlamentares do PS, que arrancaram esta segunda-feira em Coimbra, o líder parlamentar socialista sugeria que a liderança de Rui Rio poderia colocar um ponto final num "PSD errático, indefinido e ausente das grandes questões". Confrontado com estas declarações, Carlos César reforçou esta ideia, defendendo que todos devem estar disponíveis para o diálogo.
"Volvido este período, em que PSD foi um pouco terra de ninguém, estão criadas as condições para uma interlocução mais sólida. Não precisamos de ter novos aliados, mas precisamos de ter todos os interlocutores", afirmou César, em Outeiro Longo, no concelho de Penacova, onde acrescentou: "Esperamos ter interlocutores válidos no plano partidário".
Quanto às preocupações manifestadas este fim de semana - por PCP e BE - sobre eventuais riscos de um bloco central constituído por PS e PSD, o líder da bancada do PS não se quis pronunciar sobre "temas laterais", preferindo "manter o foco" no motivo da visita: os incêndios e a reconstrução das zonas afetadas.
César diz que jornadas pelo território queimado não são "propaganda" ao Governo
Durante a manhã, os socialistas visitaram habitações, fábricas e peques culturas atingidas pelos grandes incêndios de outubro, com o líder parlamentar a sublinhar que não se trata de uma visita de propaganda ao trabalho de António Costa.
"Temos procurado estar junto das pessoas, empresas e de situações que carecem de solução. Não é uma visita para fazer propaganda do Governo, mas também não é visita para estimular desesperanças", salientou.
No total, só na região centro, foram afetadas mais de 1500 habitações durante os incêndios, sendo que, de acordo com Carlos César, cerca de 300 já foram reabilitadas. Os apoios à agricultura, segundo o líder parlamentar, terão chegado a 21 mil agricultores.
Durante a visita, o líder da bancada do PS ouviu queixas de pequenos agricultores que consideram que o patamar de 5 mil euros para o apoio total aos prejuízos decorrente dos incêndios é insuficiente. Questionado sobre este montante, Carlos César admite que pode ser revisto.
"Naturalmente que é pouco, mas temos mais de 21 mil agricultores apoiados. Cada caso é um caso, e eles têm de ser avaliados com muita sensibilidade por parte dos decisores", afirmou.