Presidente da Comissão Técnica Independente que avalia incêndios admite que não vai ser fácil analisar em pouco tempo o que aconteceu em 60 a 70 concelhos.
O presidente da Comissão Técnica Independente que está a analisar, a pedido do Parlamento, os incêndios de 14 a 16 de outubro defende que é preciso desenvolver uma estratégia para "não perder riqueza florestal e ter uma vida decente no Interior", superando "as dificuldades por 20 ou 40 anos de estratégias que não foram aplicadas ou bem conseguidas".
A afirmação é de João Guerreiro à TSF, numa altura em está a meio o prazo para acabar o estudo sobre os enormes fogos de outubro, numa tarefa que o especialista escolhido pela Assembleia da República admite que não está a ser fácil: "Basta dizer que a dimensão dos incêndios de Pedrógão Grande [que analisaram primeiro] eram uns 40 mil hectares e agora são mais de 200 mil..."
"Em Pedrógão", continua o presidente da comissão, "eram uma dezena de concelhos afetados e agora são 60 a 70, pelo que temos de usar uma metodologia diferente de análise".
O tempo, no entanto, para analisar os fogos de outubro é menor que aquele que tiveram para avaliar as chamas de Pedrógão Grande, mas mesmo assim João Guerreiro acredita que será possível ter tudo pronto, como indicou o Parlamento, até 19 de fevereiro.
O responsável admite que irão, "naturalmente, retomar algumas recomendações do relatório sobre Pedrógão, mas será preciso focar assuntos específicos de outubro com especial atenção às alterações climáticas".
João Guerreiro diz que estão a tentar encontrar uma solução para concluir o relatório a tempo e "há certamente assuntos que, na nossa opinião, mereciam mais análise, mas que com este tempo não iremos desenvolver tanto", pelo que ficarão para outra altura.
"Os temas serão abordados, mas a profundidade está dependente do tempo que temos para tratar esses temas", conclui.