Presidente centrista dá "nota negativa" a Mário Centeno por investimento público "inferior a 2015" e "muito aquém do prometido".
Assunção Cristas recusou, esta segunda-feira, comentar as investigações do Ministério Público no Ministério das Finanças e uma eventual fragilidade do ministro Mário Centeno, num processo cujos contornos ainda não são conhecidos.
"Não gosto de falar sobre casos, sobre investigações, sobre processos, em qualquer fase que eles estejam", começou por referir a líder centrista, questionada pelos jornalistas, sublinhando que a avaliação feita pelo CDS ao ministro das Finanças "é uma avaliação política, tem a ver com aquilo que o ministro promete e não faz, com aquilo que o ministro diz que acontece e não acontece".
"Interessa-me hoje sinalizar o facto de termos tido uma promessa de investimento público em 2017 que ficou muitíssimo longe de ser cumprida", asseverou Assunção Cristas, no final de uma visita ao Porto de Setúbal, no primeiro dia das Jornadas Parlamentares do CDS, dedicadas ao Investimento, Competitividade e Saúde. "Dizia-se que íamos crescer mil milhões em investimento, ficámos em 200 mil, não compensou sequer a quebra do investimento público em 2016. Isso significa que o Governo e o ministro das Finanças faltam à sua palavra, procuram enganar os portugueses, empatam durante muitos meses, dizendo que se vai concretizar determinado investimento público e, na verdade, ele não acontece", explicou a presidente do CDS, acompanhada pelos deputados do grupo parlamentar.
Para Assunção Cristas, o ministro das Finanças "não cumpriu a sua palavra, não cumpriu o que estava no Orçamento de 2017, não cresceu e nem sequer compensou a quebra brutal do investimento público em 2016", o que, acrescentou, "afeta o desenvolvimento económico sustentável, as empresas e a qualidade de vida dos portugueses".
Depois de ter ouvido as explicações da presidente do Porto de Setúbal sobre a frequência de embarcações naquele terminal da estrutura e as dimensões do parque da Autoeuropa, Cristas salientou a preocupação do partido com a conflitualidade laboral na empresa.
Referindo-se à possibilidade de a multinacional abandonar o país, tendo em conta a situação criada pela falta de acordo com os trabalhadores para a laboração ao sábado, a líder do CDS afirmou o perigo que essa situação representa "não só para o porto, mas também para a economia da região e do país". "O país deve empenhar-se a ter uma fabrica a funcionar bem, respeitando os direitos de todos, com paz social e posicionando-se para ter os melhores modelos que aparecem a concurso dentro do universo da Volkswagen", concluiu.