Política

PSD ao ataque: "É um PM que precisa de prolongamento para responder à oposição"

Manuel de Almeida/Lusa

Hugo Soares, líder parlamentar do PSD, agora com Rui Rio como presidente eleito, acusou Costa de "levar o país numa governação à vista", cedendo a "tudo" para "manter a geringonça no poder".

"Quanto era o défice se tivesse gasto os 850 milhões de euros?", perguntou Hugo Soares, referindo-se a "cativações" de cerca de 850 milhões de euros e uma "quebra de investimento público".

Numa primeira resposta, António Costa, chutou para canto: "Não vamos estar aqui num exercício de aritmética porque conhece o PIB (Produto Interno Bruto)", disse.

Depois, perante a insistência do líder da bancada social-democrata, o primeiro-ministro respondeu com maior clareza.

"Aquilo que é expectável [para o défice de 2017].... é que deve andar em 1,2 por cento", adiantou António Costa, mas com uma ressalva: "Sem contabilizar o efeito da [recapitalização] da Caixa Geral de Depósitos".

Adiante, já depois de o PSD não ter tempo de debate, Costa enumerou vários exemplos de obras em hospitais, como prova de investimento.

Numa interpelação, Hugo Soares acusou o primeiro-ministro de "precisar de descontos para dar resposta aos partidos da oposição".

Na leitura do líder parlamentar social-democrata, António Costa está a "levar o país numa governação à vista", cedendo a "tudo o que a esquerda pretende", em matéria laboral, para "manter a geringonça no poder".

O PSD trouxe ainda para o debate as declarações de António Costa, em campanha eleitoral, onde considerava "uma situação absurda prolongar-se mais a idade da reforma".

"O senhor primeiro-ministro governa há dois anos e acabou de publicar uma portaria que aumenta a idade da reforma. O senhor primeiro-ministro cultiva o absurdo?", questionou Hugo Soares.

Na resposta, António Costa lembrou que o recente aumento da idade da reforma resulta da aplicação da fórmula que tem em conta o aumento de esperança de vida e que nunca se pronunciou pela eliminação do fator de sustentabilidade.

"É uma lei que foi aprovada, nunca foi alterada, e sempre foi apontada como boa reforma da segurança social e que vamos manter", afirmou, acrescentando, mais à frente, que a eliminação do fator de sustentabilidade não consta do programa eleitoral do PS, nem do Governo e que "certamente" também não consta de nenhuma declaração do líder do Governo.