Educação

Ministro diz que "não há auxiliares em falta" nas escolas. Diretores negam

Braga, 03/02/2017 - Greve nas Escolas de Braga obriga ao encerramento de vários establecimentos de ensino (Gonçalo Delgado/Global Imagens) Gonçalo Delgado/Global Imagens

O presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas garantiu hoje que continuam a faltar auxiliares nas escolas, contrariando declarações do ministro da Educação.

O ministro da Educação disse, esta sexta-feira, em Ponte de Lima, que "não há auxiliares em falta" nas escolas, adiantando que, em dois anos, o Governo reforçou os estabelecimentos de ensino com "2500 assistenciais operacionais".

"Os procedimentos iniciaram-se com o reforço importante na educação pré-escolar e para os alunos com necessidades educativas especiais. Nestes dois anos podemos reforçar as escolas com 2.500 assistenciais operacionais", afirmou Tiago Brandão Rodrigues.

O governante adiantou que "nos dois anos de legislatura, o Governo desprecarizou de 3000" assistentes operacionais que tinham contrato de emprego de inserção e agora têm contratos de trabalho reais". "Neste momento, todo o processo está desbloqueado, desde setembro, e os auxiliares estão nas escolas a fazer o seu trabalho como parte integrante e absolutamente fundamental das nossas comunidades educativas", sublinhou.

O presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP) garantiu hoje que continuam a faltar auxiliares nas escolas, contrariando declarações do ministro da Educação.

Em declarações à Lusa, o presidente da ANDAEP, Filinto Lima, disse que "que não faltam auxiliares nas escolas, mas deve ser nas que conhece. Em muitas escolas continuam a escassear funcionários. A minha escola, por exemplo, deveria ter tido um reforço de mais quatro auxiliares e só teve dois".

Filinto Lima lembrou que a portaria de rácios publicada recentemente continua por cumprir e "prova disso é que o ministério já prometeu um reforço de mais 500 funcionários no próximo ano".

Além da aplicação da portaria, Filinto Lima voltou a defender a necessidade de se criar legislação que permita às escolas substituir funcionários que estão de baixa durante longos períodos de tempo: "Há muitos casos em que estão há um ou dois anos de baixa e não os podemos substituir".