Política

Rio "tem o dever" de ganhar as próximas eleições

Diana Quintela/Global Imagens

Miguel Pinto Luz desafia Rui Rio. A duas semanas do congresso, o antigo presidente da distrital de Lisboa do PSD quer que Rio altere a moção que vai levar à reunião magna do partido.

A carta tem data de 2 de fevereiro. Miguel Pinto Luz escreve ao presidente eleito do PSD para dizer que o partido tem obrigação de chegar ao poder em 2019.

"Ao contrário do que alguns têm tentado afirmar publicamente, o mandato agora conquistado não lhe permite não vencer as próximas eleições legislativas. Pelo contrário, tem o dever de conduzir o partido à terceira vitória consecutiva nas eleições legislativas".

Na carta a que a TSF teve acesso, Miguel Pinto Luz, que chegou a ser apontado como possível candidato à liderança do partido, assinala que a campanha das diretas ficou muito aquém do que era esperado e que, como militante, acredita que o partido podia ter feito mais.

O antigo presidente da distrital de Lisboa do PSD acusa Rui Rio de levar ao Congresso uma moção que contém omissões e pede, por isso, ao presidente eleito que reveja o texto que vai apresentar no congresso deste mês. "Rever a moção só enriquecerá o congresso e a própria liderança", defende o atual dirigente social-democrata.

No texto enviado ao novo líder, Miguel Pinto Luz acrescenta ainda que o mandato de Rio "não lhe permite viabilizar o orçamento do próximo ano" tal como "não lhe permite estabelecer contactos, ou encontros informais e discretos, com a liderança do Partido Socialista com o propósito de abordar a reedição do Bloco Central". O antigo líder da distrital de Lisboa entende que qualquer tipo de aproximação seria interpretada pelos militantes como uma "deslealdade".

Na carta, Miguel Pinto Luz aborda afirma ainda que o mandato de Rio não lhe permite que o processo de descentralização seja aproveitado para uma regionalização administrativa e opaca.

Já sobre a política europeia, refere que Rui Rio não pode confundir manifestações pessoais com qualquer posicionamento estrutural do PSD, alertando que as eleições europeias são um primeiro teste e que a escolha de um candidato vencedor só pode responder a um "perfil europeísta" que represente o legado de valores do partido.