Em causa está o concurso profissional para os médicos especialistas em Medicina Geral e Familiar, que vem sendo adiado há meses.
A Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos afirmou que o Ministério da Saúde está a dar "provas inéditas de incompetência" por ainda não ter lançado o concurso destinado aos médicos especialistas em Medicina Geral e Familiar.
Em declarações à TSF, Carlos Cortes, presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos, denuncia uma situação "incompreensível", num país onde faltam médicos de família.
Há 77 médicos especialistas em Medicina Geral e Familiar à espera de um concurso desde outubro para serem colocados. Cansados das promessas por cumprir, entregam esta terça-feira uma carta aberta ao ministro da Saúde para denunciar a situação.
"Até hoje não decorreu nenhum concurso, criando uma situação completamente paradoxal", declarou Carlos Cortes. "Por um lado, temos falta de médicos (nomeadamente, médicos de família - há 800 mil portugueses sem médico de família em Portugal) e a contratação desses médicos (através de um concurso que acontece todos os anos), que podia dar resposta, com estes 77 médicos, a 200 mil utentes, (...) nunca mais acontece".
A Ordem dos Médicos já alertou a tutela para a situação, mas não obteve qualquer resposta e Carlos Cortes acusa o Ministério da Saúde de incompetência.
"O Ministério da Saúde, numa prova inédita de incompetência, ainda não pôs em prática estes concursos", afirmou.
"O ministro da Saúde prometeu, no início de janeiro, que o concurso iria acontecer nos dias seguintes. Já passaram vários meses após o prazo-limite para estes médicos serem normalmente colocados no Serviço Nacional de Saúde ao serviço dos utentes dos centros de saúde", afirmou o representante da Ordem dos Médicos.
A carta aberta dirigida ao ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, é também do conhecimento do ministro das Finanças, Mário Centeno, do primeiro-ministro, António Costa, do presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, e do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.