Os sindicatos das forças de segurança e militares queixam-se que o Governo não cumpriu a promessa de desbloquear os escalões das carreiras em janeiro. Dia 20 de fevereiro voltam a reunir-se.
A Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP), a Associação de Profissionais da Guarda (APG/GNR), a Associação de Oficiais das Forças Armadas (AOFA), a Associação Nacional de Sargentos (ANS) e a Associação de Praças reuniram-se esta quinta-feira em Lisboa, na sede do sindicato da PSP, numa reunião de urgência, depois de o Governo não ter avançado com o desbloqueamento dos escalões da carreira destes profissionais, como estava previsto no Orçamento de Estado (OE) de 2018.
Paulo Rodrigues, da ASPP/PSP, foi o porta-voz do grupo e recordou que em causa está o artigo 19º do OE, que determina a realização de um processo negocial entre as partes para desbloquear as respetivas carreiras profissionais. Anunciou também que, sem respostas, as forças de segurança recusam ficar de braços cruzados.
"Decidimos voltar a reunir e marcar um encontro nacional de forças armadas e forças de segurança para dia 20 e, nesse encontro, iremos aprovar uma moção que iremos entregar ao senhor primeiro-ministro. Esperemos que tenha em conta essa moção porque poderá significar ou não aquilo que é o descontentamento total dos profissionais destas instituições."
"Esperemos que o primeiro-ministro tenha em conta que estão aqui reunidos profissionais das Forças Armadas e das forças de segurança e que não estão a gostar da forma como estão a ser tratados. Este tratamento é de desvalorização, de menosprezo por profissionais que todos os dias tentam manter aquilo que é o equilíbrio da segurança em Portugal", reforçou.
O desbloqueamento das progressões nas carreiras não aconteceu em janeiro deste ano e também não deverá acontecer até ao final do mês de fevereiro, segundo os sindicatos. Há duas semanas, as associações já tinham enviado um ofício sobre a matéria ao primeiro-ministro, mas António Costa encaminhou o caso para os respetivos ministérios, sem resultados práticos.
"Não podemos aceitar esta tentativa de protelar no tempo a resolução de um problema, que é um problema transversal a toda a administração pública. Na administração pública tem havido reuniões, tem estado a acontecer qualquer coisa pelo menos, da nossa parte estamos completamente a leste daquilo que o Governo pretende fazer", concluiu Paulo Rodrigues.