Segurança

Portugal quer acolher comando do Atlântico da NATO

epa06527991 Portugal's National Defence minister Jose Alberto de Azeredo Lopes speaks to journalists at the end of the meeting of North Atlantic Treaty Organization (NATO) Defence Ministers at the NATO headquarters in Brussels, Belgium, 15 February 2018. NATO defense ministers earlier the same day began a two-day meeting. EPA/OLIVIER HOSLET Olivier Hoslet/EPA

O ministro da Defesa revelou também a possibilidade de o país participar numa eventual missão de treino no Iraque.

O ministro da Defesa afirmou, esta quinta-feira, que Portugal disponibilizou-se para acolher o novo comando para o Atlântico da NATO, e que é favorável à criação de uma missão de treino no Iraque.

"Não há candidaturas. Há juízos políticos, sobre aquilo que envolvem esses comandos e há, evidentemente, depois, manifestações de vontade ou expressões de vontade", começou por esclarecer Azeredo Lopes, em conversa com jornalistas, à margem da reunião de ministros da Defesa da Aliança Atlântica, que decorre em Bruxelas.

O ministro da Defesa assumiu que Portugal expressou a vontade, de "seja lá onde ficar o novo comando do Atlântico", ser tempo de olhar com mais atenção para a estrutura da STRIKFORNATO ['Naval Striking and Support Forces NATO'], em Oeiras, que "está perfeitamente virada para o Atlântico e preenche perfeitamente uma vocação de articulação com o futuro comando, ou de um qualquer reforço nas suas capacidades".

"É bom que tenhamos noção que o comando do Atlântico não envolve milhares de militares. Estamos a falar de uma estrutura de recursos humanos que deve andar em torno de duas dezenas de pessoas, e que garante uma robustez e maior planeamento da organização, agora que o atlântico tem novamente um peso importante, e digo-o com muito contentamento, nas reflexões estratégicas", sublinhou.

Antes, José Azeredo Lopes já tinha apontado como destaque da reunião ministerial "o consenso generalizado sobre a alteração da estrutura de comandos", que inclui a criação de um comando no centro da Europa, vocacionado para a mobilidade e a logística, e outro, marítimo, no Atlântico, para a proteção das linhas de comunicação no caso de uma eventual crise.

"O comando do Atlântico diz bastante a Portugal, uma vez que Portugal considera que, se temos defendido desde sempre uma organização realmente a 360º, era tempo de enfrentar as questões e as ameaças provindas do Sul, como também olhar de novo - e é um olhar que é renovado - para o Atlântico", prosseguiu.

O ministro da Defesa abordou também a possibilidade do país participar numa eventual missão de treino no Iraque, mostrando-se, "em princípio", favorável "à constituição de uma missão não combatente, com um envolvimento pleno e político dos iraquianos", e que trabalhe em coordenação "clara" com a coligação internacional "anti-Estado Islâmico".

"Achamos que, se estes pressupostos estiverem preenchidos, é uma decisão feliz, é uma decisão de capacitação e de segurança", concluiu.