Miguel Cadilhe, candidato derrotado à liderança do BCP, criticou esta terça-feira o facto de os grandes accionistas aceitarem passivamente a ingerência política na eleição dos órgãos sociais do maior banco privado português.
À saída da assembleia-geral do BCP, que decorreu no Porto, Cadilhe disse que os pequenos accionistas perceberam a sua mensagem.
«Resgatámos a honra dos pequenos accionistas», disse o economista, ex-administrador do BCP.
O ex-ministro das Finanças disse, também, que os pequenos accionistas compreenderam e rejeitaram a ingerência política e não percebe «porque é que os grandes accionistas aceitaram passivamente».
Apesar de derrota, Migel Cadilhe revelou-se «muito satisfeito» com a sua candidatura que, recorde-se, teve apenas 2,14 por cento dos votos, mas, em número, foi votada por mais do dobro dos accionistas do que a de Carlos Santos ferreira.
A lista de Miguel Cadilhe teve os votos favoráveis de 560 accionistas, enquanto a de Santos Ferreira teve os votos de 283.
«Sabíamos que a outra lista trazia já muitos apoios e compromissos dos grandes accionistas, que os mantiveram», sublinhou Cadilhe, que felicitou a outra lista pela vitória.
Por seu lado, Rogério Alves - que representou o accionista Teixeira Duarte - mostrou-se «satisfeito» com a votação, considerando que, desta forma, estão garantidas todas as condições de governabilidade no BCP.
«O conselho de administração foi eleito por uma larguíssima maioria, os accionistas votaram numa quase unanimidade; agora, o que interessa é virar esta página e seguir em frente», destacou.