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Sócrates diz que o essencial é «resistir» às adversidades

O primeiro-ministro, José Sócrates, considerou que Portugal tem actualmente melhores condições para resistir às possíveis consequências de um cenário como o que se viveu esta segunda-feira nas bolsas europeias. O ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, adiantou que já esperava as fortes quebras verificadas.

O chefe de Governo português continua a apostar numa mensagem de optimismo.

«Mais uma vez é preciso reagir com confiança e segurança. Estou aqui para resistir a todas essas mensagens negativas, porque o país precisa de confiança em si próprio», afirmou José Sócrates.

O primeiro-ministro considerou ainda que a economia portuguesa está melhor preparada actualmente do que no passado para ultrapassar obstáculos.

«No meio de qualquer tormenta é preciso avaliar o estado do barco e o barco da economia portuguesa está hoje em melhores condições para resistir a um clima mais depressivo a nível internacional porque os seus fundamentos estão mais sólidos», adiantou.

A partir de Bruxelas o ministro das Finanças já comentou o fecho em forte quebra dos índices europeus.

Teixeira dos Santos salientou que esta situação é o reflexo dos maus resultados das principais instituições financeiras internacionais depois da crise do crédito imobiliário de alto risco nos EUA.

«Esperava-se que nas primeiras semanas de 2008 à medida que os principais bancos internacionais fossem reportando os seus resultados referentes a 2007, que teriam que dar conta das perdas registadas em virtude da crise do crédito imobiliário de alto risco nos Estados Unidos, surgissem reacções dos investidores nos mercados», afirmou.

Por este motivo, o ministro das Finanças não ficou surpreendido com o cenário negativo verificado nas bolsas europeias esta segunda-feira.

«Algumas instituições têm apresentado perdas significativas (...) e daí que os mercados reajam de forma muito expressiva às más notícias», salientou Teixeira dos Santos.

Ouvido pela TSF, o editor de Economia do Semanário Sol, António Costa considerou que é «preciso pôr alguma água na fervura» no que se refere aos receios dos investidores para 2008, na medida em que a situação económica internacional não é «absolutamente» negativa.

«Há algum pânico que se está a gerar internacionalmente relacionado com factores específicos de alguns sectores, nomeadamente em Portugal, com o que está a acontecer com a banca. Estes aspectos estão a dar uma dimensão inesperada à queda as bolsas internacionais», salientou.

Por sua vez, o vice-presidente da Goldman Sachs International, considera que o desempenho das bolsas europeias esta segunda-feira é sinal de algum desnorte.

«É imprevisível o que se passa nos mercados», salientou António Borges, que no entanto acredita «que há muita solidez nas empresas, nas economias europeias e dos países emergentes».

Por este motivo, o responsável considera que se pode verificar «alguma desaceleração», mas acredita que este cenário «não significa obrigatoriamente uma recessão ou catástrofe».

Redação