Por considerar a mudança ilegal, a Associação Portuguesa de Consumidores e Utilizadores de Produtos Financeiros(SEFIN) promete lutar contra a alteração de regras dos certificados de aforro, considerando que o Governo «não pode mudar as regras a meio do jogo».
Depois de ter conseguido uma vitória ao obrigar os bancos a arredondar à milésima as taxas de juro, a SEFIN prepara-se agora para uma nova batalha.
A SEFIN contesta o facto de o Governo ter alterado o regime dos certificados de aforro definindo um prazo de vida máxima, de dez anos, bem como a mudança das regras dos prémios de permanência.
No Fórum TSF, António Júlio Almeida, presidente da SEFIN, defendeu que as mudanças dos certificados anunciadas, quinta-feira, são «inaceitáveis».
«Nós vamos procurar encontrar uma forma evitar que o Governo altere as regras a meio do jogo, uma vez que é um péssimo exemplo que está a dar, para além de não ser um estímulo à confiança dos investidores e dos aforradores», defendeu.
O responsável considerou, ainda, que as medidas do Governo vão prejudicar uma das principais formas de poupança dos portugueses.
«Até aqui, os certificados de aforro não tinham prazo, podiam ser resgatados em qualquer momento, mas o tempo médio de permanência - disse-nos o próprio sr. secretário de Estado - era de seis anos. O que hoje está a fazer é aumentar a maturidade para dez anos obrigatoriamente», disse.
Com esta alteração, «o Governo aumentou a maturidade e diminuiu a remuneração, quando devia ser ao contrário», concluiu.