O ministro das Obras Públicas afirmou, este sábado, que a derrapagem de 9,5 milhões de euros nos custos da recuperação do Túnel do Rossio resultou da troca de empreiteiro e da monitorização, um trabalho acrescentado à obra.
Questionado pelos jornalistas sobre a derrapagem financeira de 9,5 milhões de euros, o ministro das Obras Públicas sublinhou que «o relatório do Tribunal de Contas é muito claro sobre isso».
«A derrapagem que houve ficou a dever-se não a qualquer problema na gestão da obra, mas ao facto de se ter rescindido o contrato com o primeiro empreiteiro», acrescentou.
Segundo Mário Lino, a rescisão do contrato com o consórcio Teixeira Duarte/Epos causou «um aumento dos custos», designadamente porque obrigou a um «prolongamento do tempo de estaleiro», mas não foi a causa de todas as despesas adicionais.
De acordo com o ministro, foi feito «um trabalho que não estava inicialmente previsto ter na empreitada da obra, a monitorização do túnel», que implicou «um conjunto de equipamentos durante a fase de construção e de exploração» e «um milhão e 200 mil euros» de custos.
No seu discurso, na renovada Estação do Rossio, Mário Lino disse que a recuperação do túnel «não foi um processo fácil», referindo que «o empreiteiro não conseguiu realizar o trabalho que se havia proposto» e pediu «um prolongamento que poderia atingir cinco anos».
«Não considerámos que isso fosse aceitável. Tomei uma decisão sempre difícil, senhor primeiro-ministro, que é rescindir um contrato com um grande empreiteiro», prosseguiu, concluindo que essa opção permitiu terminar a obra «em pouco mais de um ano».
Mário Lino salientou que «no relatório muito recente do Tribunal de Contas o procedimento seguido neste processo foi altamente elogiado», como exemplo de defesa do interesse público e de boa gestão dos dinheiros públicos.
Por outro lado, no final da cerimónia de reabertura do túnel e da Estação do Rossio, Mário Lino reiterou que a segurança está assegurada: «Esta obra tem todas as condições de segurança».