economia

Corte nos gastos leva a redução de 345 funcionários

O presidente da Estradas de Portugal não atribui culpas aos antecessores no cargo, mas não deixa de dizer que recebeu uma herança pesada. Na Assembleia da República, Almerindo Marques confirmou a dispensa de 345 funcionários e o corte de 35 por cento nos custos das telecomunicações.

O presidente das Estradas de Portugal explicou aos deputados na Comissão Parlamentar de Obras Públicas, Transportes e Comunicações as medidas que vai adoptar para que as contas da empresa possam sair do vermelho. Almerindo Marques confirmou por exemplo a redução de 345 funcionários.

Neste sentido, o presidente da EP disse que dos 1.700 trabalhadores, 345 com mais de 55 anos serão dispensados, sendo que 280 funcionários já aderiram voluntariamente ao processo de rescisão amigável.

Almerindo Marques informou que haverá «várias modalidades de incentivos» para estes trabalhadores, mas «o produto final desses incentivos será amortizado em menos de dois anos».

«Vou criar condições para que os funcionários possam sair pela porta grande. Quem não quiser sair pela porta grande, sairá pela porta pequena», sustentou.

O responsável explicou também que serão eliminados metade dos carros ao dispor da empresa e controlados os gastos de combustíveis, que Almerindo Marques não quis quantificar, mas deu a entender que seriam muito elevados.

Confrontado com o facto de ter um salário três vezes superior ao seu antecessor, o presidente das Estradas de Portugal responde que está a ganhar menos do que na RTP.

«Não sou dos gestores públicos melhor remunerado, não sou dos gestores privados melhor remunerado, queria acrescentar que se o quisesse podia ser muito melhor remunerado do que sou aqui», afirmou.

No que concerne à reorganização das estruturas da empresa, o presidente da EP disse que haverá um reforço de recursos na área das concessões, enquanto a área de projectos, até agora dispersa, vai ser unificada num único órgão.

Questionado sobre o objectivo de lucros de 50 milhões de euros em 2008, estipulado no contrato de gestão assinado entre a administração da EP e o Governo, Almerindo Marques disse que as receitas serão oriundas de contributos do fundo de seguros, da União Europeia e das receitas próprias, estando em elaboração um plano económico para o período entre 2008 e 2012.

As receitas próprias poderão ser obtidas através do concessionamento de áreas de serviço ou do licenciamento de servidões industriais e urbanas, exemplificou.

Em 2007, a EP registou um prejuízo de cerca de 1 milhão de euros e o endividamento ascende actualmente aos 460 milhões de euros.

Questionado sobre a hipótese de privatização da EP, o presidente da empresa afirmou tratar-se de um «problema político», acrescentando que «não tem nenhum mandato para privatizar».

Redação