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Economia portuguesa cresceu 1,9% em 2007

A economia portuguesa cresceu 1,9 por cento no ano passado, ao ritmo mais elevado desde 2001, e acabou o ano em aceleração, confirmou esta segunda-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE).

Os dados das contas nacionais, hoje divulgados, confirmam os da Estimativa Rápida do Produto Interno Bruto (PIB), tornados públicos a 14 de Fevereiro.

Este ritmo de expansão é superior às últimas estimativas do Governo, que mantinha uma expectativa de crescimento de 1,8 por cento, e das principais organizações internacionais, que apostavam no mesmo valor.

O INE refere que o crescimento de 2007, que supera em 0,6 pontos percentuais o verificado em 2006, foi «muito influenciado pela evolução da procura interna, sobretudo devido à recuperação do investimento».

O investimento foi o principal responsável pela aceleração da procura interna, crescendo 3,2 por cento em 2007, após ter diminuído 0,8 por cento no ano anterior.

A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) em Máquinas e Equipamentos foi a componente que mais contribuiu para a evolução do investimento, tendo aumentado 6,9 por cento em 2007, contra 1,4 por cento em 2006.

«A aceleração da procura interna mais do que compensou a redução do contributo da procura externa líquida para o crescimento do PIB», refere o INE.

O contributo da procura interna para o crescimento verificado em 2007 foi de 1,8 pontos percentuais, sextuplicando o de 2006, enquanto a procura externa contribuiu com apenas 0,1 pontos percentuais, ou seja, um décimo do verificado em 2006.

Em termos nominais, o PIB ascendeu a cerca de 162,9 mil milhões de euros, mais 4,9 por cento que o valor do ano anterior.

No quarto trimestre de 2007, o PIB cresceu 2 por cento, face a igual período de 2006, acelerando em relação ao ritmo homólogo de 1,7 por cento verificado no trimestre anterior.

O INE explica que «esta aceleração esteve associada à evolução da procura interna, cujo contributo para o crescimento do PIB foi de 3,4 pontos percentuais no quarto trimestre, sobretudo em função do comportamento do investimento».

Os analistas alertam, contudo, para a forma como o novo governo de José Luís Zapatero vai combater a desaceleração da economia espanhola e os efeitos que poderá provocar em Portugal.

António Costa, editor de economia do semanário Sol, sublinha por exemplo que se houver alterações na política fiscal, se Zapatero optar por descer os impostos cobrados às empresas, essa decisão agravará ainda mais as desigualdades fiscais entre os dois países.

Redação