economia

Novo aeroporto ainda não influenciou mercado imobiliário

Os pedidos de licenciamento de obras nas autarquias de Benavente, Montijo e Alcochete não registaram aumentos significativos depois do anúncio da localização do novo aeroporto de Lisboa. Também o sector imobiliário dos concelhos à volta do futuro aeroporto não regista grandes alterações.

O anúncio da localização do novo aeroporto de Lisboa em Alcochete não trouxe grandes alterações no número de pedidos de licenciamento de obras das três autarquias que vão ser afectadas pela obra. O interesse dos investidores é visível mas ainda não está materializado em negócio.

Segundo dados recolhidos pela TSF, junto das Câmaras de Benavente, Montijo e Alcochete, os pedidos de licenciamento de obras não aumentaram depois do anúncio da nova localização, tendo até registado uma diminuição em alguns casos.

Na Câmara de Benavente, entre 1 de Janeiro e 1 de Março de 2008, entraram 63 pedidos de licenciamento de obras, mais dois do que em igual período do ano passado, o que representa um aumento residual de apenas três por cento.

Ouvida pela TSF, a Câmara de Benavente refere que 2007 foi um dos anos com menos pedidos de licenciamento de obras. Ainda assim, a autarquia sublinha que, a partir do momento em que se começou a ponderar a hipótese Alcochete, os serviços registaram uma grande afluência de perguntas por parte dos munícipes.

No Montijo, entre Janeiro e Fevereiro de 2008, a entrada deste tipo de processos nos serviços da autarquia até diminuiu, registando uma quebra de 68 por cento relativamente ao mesmo período de 2007.

Neste período, a autarquia recebeu 86 pedidos, um valor muito menor que os 270 registados nos dois primeiros meses do ano passado. A maior parte são pedidos para obras de edificação. Para obras de loteamento, apenas entraram três pedidos em Fevereiro.

Em Alcochete, a Câmara também se registou uma diminuição dos pedidos de edificação. Em 2007 deram entrada 48 pedidos de autorização e de licenciamento. Em 2008, o valor baixou para 43, uma diferença de cinco pedidos que representa uma quebra de 10 por cento.

Casos de especulação imobiliária são isolados

O sector imobiliário dos concelhos à volta do novo aeroporto também não tem sentido grandes alterações a nível do negócio, segundo uma ronda feita pela TSF junto das imobiliárias, juntas de freguesia e profissionais do sector da construção.

Muitos esperavam uma maior euforia em termos de especulação imobiliária mas os casos existentes são isolados e consequência de quem não conhece o mercado, dizem as imobiliárias.

Quanto à procura de terrenos o movimento também tem sido pouco, apesar de alguma euforia inicial, como foi o caso de Samora Correia. Do mesmo modo, também as avaliações feitas pelos bancos não subiram.

Apesar de interessados nos concelhos à volta do novo aeroporto de Lisboa, os investidores estão muito cautelosos até porque faltam definir questões como as acessibilidades e os planos directores municipais estão congelados.

Só depois de definidas estas questões é que a procura pode aumentar.

Redação