economia

Governo tem margem de manobra para redução, dizem economistas

Vários economistas defenderam, no Fórum TSF desta quarta-feira, que o Governo tem margem de manobra para baixar os impostos, caso o défice orçamental de 2007 se encontre abaixo dos três por cento, como previsto.

Vários economistas reafirmaram, esta quarta-feira, a convicção de que o Governo tem margem de manobra para baixar os impostos, indo ao encontro das declarações de José Sócrates, que disse que as crises orçamentais estão ultrapassadas.

«O défice deve ficar nos 2,5 ou 2, 6 por cento», apontou António Peres Mettelo, explicando que este valor fica «um terço abaixo daquilo que o Estado tinha sido autorizado» por Bruxelas para o défice de 2007.

Para este especialista em Economia, ouvido no Fórum TSF, o Governo tem agora possibilidade de reduzir a carga fiscal, sobretudo o IVA.

Também na opinião do economista João Ferreira do Amaral, o Executivo deve começar por reduzir o IVA, alertando, no entanto, que essa redução tem de ser feita «com muito cuidado» e tendo em atenção a crise económica mundial.

«O que devemos ter em atenção é o impacto da crise da economia americana e de alguma desaceleração da economia portuguesa na nossa própria economia para preparar a melhor resposta a isso», adiantou o professor de Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG).

Também escutado no Fórum TSF, Miguel Beleza disse que «ninguém sabe» se a crise orçamental está ultrapassada, adiantando, no entanto, que o país se encontra no bom caminho.

Questionado sobre os impostos, Miguel Beleza defendeu uma «descida muito limitada», de um ponto percentual no IVA, e «mexidas mais significativas no IRS e no IRC», dependendo de vários «indicadores», como os do Banco de Portugal ou da taxa de desemprego.

Para Silva Lopes, o Governo tem agora três opções: «ou continua a reduzir o défice, ou alarga um pouco o controlo da despesa ou reduz um pouco a carga fiscal».

«Mesmo assim, se esta dinâmica se mantiver, talvez se crie algum espaço para um alívio muito simbólico dos impostos», acrescentou o antigo ministro das Finanças.

Estas declarações surgem no dia em que espera que o Instituto Nacional de Estatística (INE) confirme a previsão do Governo, segundo a qual o valor do défice de 2007 ficou abaixo dos três por cento.

A confirmar-se a descida, será a primeira vez em quatro anos que se atinge a meta definida pela Comissão Europeia, sabendo-se que em 2006 o défice foi de 3, 9 por cento e em 2005 de 6,1 por cento.

Redação