O primeiro ministro das Finaças do actual Governo considerou que a redução do IVA anunciada pelo Executivo, foi um «erro». Apesar de a medida ser positiva em alguns aspectos, Campos e Cunha lembrou, em entrevista ao Diário Económico, que a consolidação orçamental ainda não está terminada.
Luís Campos e Cunha considerou que a descida do IVA de 21 para 20 por cento anunciada pelo Governo na quarta-feira foi um «erro», apesar de reconhecer alguns aspectos positivos nesta medida.
Em entrevista ao Diário Económico, o primeiro titular da pasta da Finanças do actual Governo lembrou que a consolidação orçamental ainda não está concluída e que esta redução pode dar uma noção de desafogo contraproducente.
O ex-ministro das Finanças entende ainda que a medida pode facilmente cair em descrédito por poder ser vista como uma manobra eleitoral, tendo Campos e Cunha defendido que os impostos só podem ser reduzidos quando se deve fazê-lo.
O antecessor de Teixeira dos Santos considerou ainda que teria sido melhor começar a redução da carga fiscal, se era esta a ideia do Governo, com uma baixa nos impostos sobre os combustíveis ou sobre o IRS.
Com esta opção, defende Campos e Cunha, o dinheiro teria ficado no bolso das famílias e não nas contas das empresas, que assim podem tentar um alargamento das margens de lucros.
O antigo ministro considerou ainda que a descida do IVA vai reduzir os preços dos produtos, mas apenas de uma forma parcial, desde que não haja efeitos de cartelização.
Campos e Cunha defendeu ainda a continuação da contenção orçamental pelo menos até 2010, tendo considerado que a redução do défice é um problema para resolver em mais de uma legislatura.
Num comentário à forma como o Governo tem resolvido os problemas do país, Campos e Cunha disse que este tem deixado a impressão de que quando os pode resolver a mal, não os resolve a bem.
O ex-ministro entende ainda que o ambiente de contestação poderia ter sido evitado se houvesse mais paciência, uma situação que evitaria erros e traria melhores resultados.