A UGT criticou o apelo de Bruxelas para uma contenção dos salários, perante os dados divulgados, esta segunda-feira, sobre o novo máximo histórico da inflação na zona euro. Para o economista João Loureiro, os novos dados da inflação são uma má notícia para Portugal.
A União Geral de Trabalhadores (UGT) criticou o constante apelo da Comissão Europeia para uma contenção dos salários, perante os dados divulgados esta segunda-feira que dão conta de um novo máximo histórico na inflação da zona euro.
«A Comissão Europeia, na prática, pretende que os salários europeus cresçam pouco, tendo em conta a inflação e a produtividade, o que é negativo», sobretudo para países como Portugal, onde o «aumento do consumo interno é fundamental», disse à TSF o secretário-geral da UGT.
João Proença defendeu ainda que para crescer economicamente, Portugal não pode apostar apenas nas exportações, mas também na subida do consumo, frisando que tal não será possível com o actual nível de salários.
Também o economista João Loureiro considerou que os dados da inflação, divulgados esta segunda-feira, são uma má notícia para os portugueses.
«Portugal será fortemente penalizado, dado o elevado nível de endividamento, quer das famílias, quer das empresas», alertou o professor da Faculdade de Economia do Porto.
Tendo em conta que a «subida das taxas de juro implicará um aumento de compromissos mensais que todos os portugueses têm com os bancos, isso significa que depois de honrarem esses compromissos, o rendimento disponível diminui e, consequentemente, diminui também a sua capacidade aquisitiva», explicou.
Para o economista, esta subida da taxa de inflação «deixa antever que a politica monetária poderá ser de aperto, agravando ainda mais a situação de crescimento» do país.