Mais de 500 trabalhadores da Delphi da Guarda podem ser despedidos nos próximos meses, alertou esta segunda-feira o sindicalista Júlio Balreira, lamentando o facto de o Governo não ter criado as alternativas de trabalho que prometeu.
O coordenador do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Metalúrgicas e Metalomecânicas dos Distritos de Aveiro, Viseu e Guarda (STIMMDAVG) disse, esta segunda-feira, que a suspensão dos despedimentos na Delphi da Guarda tem efeito até ao próximo mês.
Em declarações à TSF, Júlio Balreira lembrou que, no ano passado, a multinacional anunciou o despedimento de mais de metade dos seus mil trabalhadores.
«Os despedimentos na fábrica da Delphi na Guarda não se concretizaram o ano passado», devido à intervenção do ministro da Economia, Manuel Pinho, e do presidente da Câmara da Guarda, Joaquim Valente, tendo na altura ficado agendado o despedimento de «540 trabalhadores», nos meses de «Maio, Junho e Agosto» de 2008, lembrou.
Júlio Balreira acrescentou que, apesar de não existiram sinais concretos de que estes despedimentos se concretizem, os trabalhadores da Delphi da Guarda estão preocupados e ansiosos, sobretudo por verem a multinacional e despedir funcionários em Ponte de Sor.
O sindicalista lamentou também que até agora não tenham sido encontradas as alternativas prometidas há um ano pelo ministro da Economia e pelo presidente da autarquia da Guarda, como a criação de uma «plataforma logística», o que «acaba por preocupar ainda mais os trabalhadores».
«Há um ano atrás foram feitas diversas afirmações de que iam ser encontradas alternativas para a fábrica da Guarda e, até ao momento, aquilo que podemos verificar é zero, porque as alternativas não apareceram», sublinhou.
Na próxima semana, o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Metalúrgicas e Metalomecânicas dos Distritos de Aveiro, Viseu e Guarda reúne-se com a administração da Delphi da Guarda para fazer um ponto de situação sobre os 540 trabalhadores da unidade.
Entretanto, a TSF tem tentado sem sucesso obter um comentário sobre esta situação junto do presidente da Câmara Municipal da Guarda, do ministro da Economia e do presidente da Agência Portuguesa de Investimento (API), Basílio Horta.