economia

Portugal é um dos países com maior endividamento externo

Portugal vai voltar a ter, em 2008, um dos mais elevados níveis de endividamento externo da Zona Euro, num valor que ascende a 9,5 por cento da riqueza produzida internamente (PIB), segundo dados do Fundo Monetário Internacional.

O relatório de Previsões Económicas Mundiais diz que Portugal deve aumentar em 0,1 pontos percentuais o défice da balança conta corrente, uma medida das necessidades de financiamento externas portuguesas (é a diferença entre poupança e investimento), para os 9,5 por cento do Produto Interno Bruto.

Esse é o terceiro valor mais elevado no conjunto dos países da Zona Euro, só melhor do que os 13,9 por cento da Grécia e dos 10,5 por cento da Espanha.

O FMI reviu ainda em baixa as previsões de crescimento da economia portuguesa para este ano, antecipando que Portugal volte a crescer abaixo do ritmo dos seus parceiros da Zona Euro pelo sétimo ano consecutivo.

De acordo com as previsões económicas mundiais do FMI hoje publicadas, Portugal deve abrandar e crescer 1,3 por cento este ano, menos 0,5 pontos percentuais do que o esperado em Outubro, altura em que foram divulgadas

as previsões anteriores.

Numa análise a estas previsões do FMI para Portugal, o editor de economia do semanário Sol, António Costa, defende que há razões para que fiquemos preocupados «com a capacidade da economia portuguesa resistir às crises internacionais».

Outro ponto preocupante, segundo o especialista, «é o nível de endividamento externo da economia portuguesa face ao exterior, porque parece que o sistema de empréstimos parece financiar a própria actividade económica em Portugal».

A média da Zona euro é de um défice corrente de 0,7 por cento do PIB.

Em 2006 e 2007, essas necessidades de financiamento da economia portuguesa mantiveram-se nos 9,4 por cento do PIB, acima dos 6,1 por cento de 2003 mas abaixo dos 10,2 por cento registados em 2000.

O Luxemburgo, a Alemanha e a Holanda são os países do euro que têm os melhores excedentes conta corrente, com valores entre os 5,0 e os 8,0 por cento do PIB.

Redação