Os portugueses utilizam 20 por cento do orçamento com alimentação, enquanto os restantes europeus gastam apenas 15 por cento. Portugal é dos países que mais sofrem com a inflação a nível global.
Os portugueses utilizam 20 por cento do orçamento com alimentação, enquanto os restantes europeus gastam apenas 15 por cento, sendo dos que mais sofrem com a inflação na União Europeia, revela a edição desta terça-feira do Diário Económico.
Na carteira dos portugueses, a comida e as bebidas não alcoólicas representam quase 22 por cento, o mesmo que os transportes, enquanto os gastos com a Saúde rondam os seis por cento e com a Educação os dois por cento.
Por outro lado, com roupa e sapatos, os portugueses gastam, em média, perto de sete por cento do orçamento.
No último ano, até Março, o preço do pão, dos cereais e dos óleos alimentares aumentou nove por cento, enquanto os custos com leite, queijo e ovos subiram 14 por cento.
No mesmo período, o aumento de preços atingiu ainda a carne, em 2,1 por cento, sendo que só os legumes não sofreram aumentos com a inflação, com o preço a diminuir cerca de 15 por cento.
De acordo com o Diário Económico, no último ano, a economia portuguesa aumentou a dependência em relação às importações de alimentos, o que deixou Portugal ainda mais sujeito às flutuações de preços nos mercados globais.
Em 2007, as importações de cereais e sementes cresceram 34 por cento, as do leite 22 por cento e as do açúcar 35 por cento, o que significa que, em pleno choque de preços agrícolas, Portugal comprou ao estrangeiro mais 14 por cento do que em 2006.
O jornal adiantou ainda que, no último ano, as compras ao estrangeiro representaram mais de sete mil milhões de euros, ou seja, quatro por cento do Produto Interno Bruto (PIB).
Sendo a economia portuguesa uma das mais expostas da Europa ao choque mundial nos preços dos bens alimentares, só nos últimos três anos, os preços dos alimentos subiram, a nível global, 83 por cento.