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Oposição diz que Governo tem de tomar medidas

Perante as previsões da Comissão Europeia para o crescimento de Portugal, que apontam valores (1,7 por cento) abaixo dos apresentados pelo Governo de José Sócrates, a oposição pede ao Governo que adopte medidas para acelerar crescimento da economia e reduzir o défice.

Patinha Antão, deputado do PSD e um dos candidatos neste momento a liderança do partido, acusa o Governo de andar a brincar a política fiscal considerando que faz todo o sentido o aviso de Bruxelas de que o défice pode aumentar no próximo ano, por causa da descida do IVA.

Por isso, o social-democrata volta a desafiar o Governo «a promover a emissão de uma dívida pública para pagar a centenas de pequenas e médias empresas que são fornecedoras do Estado e que não vêem os seus contractos pagos».

«Essas dívidas rondam os 3 mil milhões de euros e o Estado deve injectar na economia privada a liquidez que elas merecem e que é sua», salienta o deputado.

Patinha Antão diz que as previsões de Bruxelas só mostram que o Governo deve rever os números previstos em Orçamento de Estado (OE) e tomar medidas para reanimar a economia.

PCP continua a defender descida IVA

Também o PCP entende que o executivo deveria rever as estimativas inscritas no OE e, mesmo perante o aviso de Bruxelas para um aumento de deficit por causa do IVA, o deputado Agostinho Lopes diz que o PCP mantém a defesa de uma nova descida deste imposto.

O PCP defende que existem outras medidas que o Governo pode tomar para que as contas públicas não fiquem desequilibradas. «O governo tem todos os meios para intervir em relação [ao preço] da electricidade, do gás e dos combustíveis».

«Essa questão [do preço das energias e dos combustíveis] é essencial tanto para os consumidores como para as empresas», acrescenta.

BE pede atenção para os salários

Francisco Louçã, o líder do Bloco de Esquerda, considera que Portugal devia aprender a dizer não a algumas das medidas restritivas de Bruxelas que em nada ajudam a economia.

O líder bloquista, numa análise das previsões económicas de Primavera revistas em baixa pela Comissão Europeia, desafio o Governo a rever em alta os salários.

«O grande problema de 2008 é que se juntam dois males pouco crescimento quer dizer mais desemprego num país que já tem tanta precariedade e meio milhão de desempregados e desempregadas. Ainda por cima aumentam os preços, aumentou 16 por cento o arroz, estão a aumentar os preços das rendas de casas», disse.

Por estes motivos, Francisco Louçã defendeu a necessidade de se verificar «um reajustamento salarial para todos aqueles que tiveram um salário aumentado abaixo da inflação que se está a realizar».

A previsão de crescimento económico para Portugal avançada hoje pela Comissão Europeia para 2008, de 1,7 por cento, é mais optimista que os 1,3 por cento apontados pelo FMI, mas está abaixo dos 2,2 por cento esperados pelo Governo.