O comissário europeu para os Assuntos Económicos considera que os governos devem proteger os mais pobres da alta da inflação. Joaquim Almunia deixa ainda um recado ao Executivo português, pedindo mais ambição ao nível da política fiscal.
Numa conferência de imprensa, Joaquim Almunia dirigindo-se em particular ao Governo português, anunciou que o país já não faz parte da lista dos países com défice excessivo, mas pediu mais ambição ao nível da política fiscal.
«A questão é se esta correcção do défice de 2007 é sustentável e nós consideramos com estas estatísticas na mão que é, mas ao mesmo tempo pedimos às autoridades portuguesas para que quando prepararem o orçamento de 2009 sejam mais ambiciosas», disse.
O comissário europeu salientou «uma tendência para o aumento do défice que no caso de Portugal deve ser evitado e deve ser dado seguimento à política fiscal».
Almunia disse ainda que a subida «impressionante» da inflação que está a preocupar as autoridades europeias é consequência da falta de reformas estruturais e do mau funcionamento do mercado, não apenas da subida do preço dos bens alimentares e matérias-primas.
«Por causa da inflação temos que estar preocupados, não só com as razões económicas, mas também com as sociais. Precisamos de pedir aos Governo que usam estas estatísticas para aumentarem o esforço para implementarem reformas estruturais que possam contrariar os riscos da inflação», afirmou.
O comissário europeu para os Assuntos Económicos desafiou os governos europeus a fazerem reformas nas economias de maneira a ajudarem os cidadãos mais pobres.
Joaquim Almunia diz que os governos devem esforçar-se para proteger os mais pobres da subida rápida dos preços na Europa.
Almunia não tem problemas em admitir que a situação causada pela inflação é muito difícil.
Bruxelas prevê que a inflação suba este ano para 2,8 por cento em Portugal e 3,6 por cento no grupo dos 27.