Vítor Constâncio avisa que a consolidação orçamental ainda não está garantida. No parlamento, o governador do Banco de Portugal, reafirmou que vai rever em baixa a previsão de crescimento para a economia portuguesa para valores próximos dos previstos por Bruxelas de 1,7 por cento.
Na audição na Comissão de Orçamento e Finanças, Vítor Constâncio deixou um alerta: é preciso muito cuidado «com o resto da consolidação orçamental, que ainda não está garantida».
Apesar dos números do crescimento económico para Portugal não serem «entusiasmantes», o governador do BdP não poupou elegios à consolidação orçamental conseguida pelo Governo em «apenas dois anos».
Portugal está em fase de «recuperação consistente ainda que moderada» desde 2006, acompanhando o ciclo europeu, continuou o governador, depois de entre 2000 e 2005 ter crescido a uma média de 0,5 por cento ao ano.
Em 2007, o PIB português subiu 1,9 por cento, numa altura em que tem sido feito um esforço significativo ao nível da redução do défice público.
A economia portuguesa está a crescer «à volta do ritmo da Zona Euro», disse o responsável do banco central, desvalorizando a discussão de mais 0,1 ou menos 0,1 pontos percentuais na convergência das economias.
Sem se comprometer com números para a previsão para o crescimento de 2008 (última previsão do BdP aponta para um crescimento de 2,0 por cento), Constâncio disse que a previsão do Banco de Portugal «não será muito distante» dos 1,7 por cento da Comissão Europeia.
O governador do BdP admitiu que «2009 poderá ser pior que 2008» em termos de crescimento económico europeu, pelo «efeito de inércia», já que a economia real será mais penalizada no final do corrente ano, prolongando-se em 2009.