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"Longo e perigoso". O resgate dos corpos das vítimas do avião caído no Irão

epa06546552 A rescue team search for the wreckage of Iranian airline Aseman flight EP3704, in Zagros mountain, Semirom, Iran, 20 February 2018. Media reported that an ATR-72 twin-engine passenger plane of Aseman Air crashed with 65 passengers and crew around the Semirom, near the city of Isfahan. Reportedly the plane was on its way from Tehran to Yassuj in South western Iran. EPA/MIZAN NEWS AGANCY / MOHAMMAD KHADEMOSHEIKH Mohammad Khademosheikh/EPA

Neve, nevoeiro, escarpas profundas. Tudo tem dificultado os trabalhos de remoção dos corpos das vítimas do acidente aéreo numa zona montanhosa do Irão. Terão morrido 66 pessoas.

As equipas de socorro iranianas disseram, esta terça-feira, que a remoção dos corpos das 66 vítimas mortais do acidente aéreo ocorrido no domingo, numa zona montanhosa no sudoeste do Irão, poderá ser um processo longo e perigoso.

Após dois dias de buscas, dificultadas por causa da neve e do nevoeiro, as autoridades iranianas anunciaram esta manhã que tinham localizado os destroços do aparelho numa zona montanhosa. A topografia da zona está a dificultar o acesso ao local.

"As escarpas profundas e perigosas (...) impedem os helicópteros de aterrar", afirmou Ghafoor Rastinrouz, diretor do centro médico regional, em declarações à agência noticiosa iraniana Irna, indicando que os corpos das vítimas terão de ser deslocados para um local de melhor acessibilidade. Um processo que "levará tempo", admitiu o responsável.

O aparelho da companhia iraniana Aseman Airlines, que fazia a ligação entre Teerão e Yasouj (sudoeste), despenhou-se no domingo na Cordilheira de Zagros, a maior região montanhosa do Irão, durante uma tempestade de neve. A bordo estavam 60 passageiros e seis tripulantes.

Segundo a televisão estatal Irib, um piloto das equipas de socorro afirmou ter visto "corpos dispersos em redor do avião", precisando que os destroços do aparelho estão a cerca de 4.000 metros de altitude no Monte Dena.

Uma centena de alpinistas estão naquela zona desde segunda-feira e várias equipas de socorro estão a ser transportadas para perto do local do acidente em helicópteros.

"Os helicópteros estão a transportar equipas de socorro para um lugar mais próximo, porque o acesso ao local do acidente é muito difícil", disse Ali Abedzadeh, responsável pela organização de aviação civil iraniana, citado pela televisão estatal.

"Só alpinistas profissionais e treinados podem ir lá, aproximar-se do avião e trazer os corpos de volta", referiu.

As autoridades da província de Isfahan informaram entretanto que quatro socorristas do exército iraniano já conseguiram chegar ao local e começaram os trabalhos relacionados com a remoção dos corpos e com as buscas da caixa negra do aparelho.

Após o acidente, o Gabinete francês de Investigação e Análise da Aviação Civil (BEA, na sigla em francês) anunciou o envio de três investigadores e conselheiros técnicos para o Irão. A chegada destes peritos estava prevista para segunda-feira, mas, até ao momento, ainda não foi confirmada por fontes iranianas.