Política

"Portugal assume a sua história naquilo que tem de bom e de mau"

O Presidente da República de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa (D), acompanhado pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva (E), fala aos jornalistas após ter homenageado as vitimas do massacre de Batepá, no Monumento dos Mártires da Liberdade, em Fernão Dias, no âmbito da sua visita de Estado a São Tomé e Príncipe de dois dias, em São Tomé, São Tomé e Príncipe, 21 de fevereiro de 2018. MIGUEL A. LOPES/LUSA Miguel A. Lopes/Lusa

Marcelo Rebelo de Sousa prestou homenagem às vítimas do massacre de Batepá, em São Tomé e Príncipe, referindo que Portugal assume a sua história "naquilo que tem de bom e de mau".

"Portugal assume a sua história naquilo que tem de bom e de mau e assume nomeadamente e de forma especial neste instante e neste memorial aquilo que foi o sacrifício da vida e o desrespeito da dignidade de pessoas e comunidades", disse Marcelo Rebelo de Sousa.

A homenagem foi prestada com a deposição de uma coroa de flores no monumento dos Mártires da Liberdade, em Fernão Dias, no distrito de Lobata, inaugurado em 2016 e que homenageia as vítimas do massacre de Batepá.

Este massacre ocorreu a 3 de fevereiro de 1953, após a revolta dos trabalhadores locais contra as condições laborais do sistema colonial, adotadas nas roças de cacau e café da ilha.

Na repressão desta revolta, ordenada pelo ex-governador Carlos de Sousa Gorgulho, morreram 1.032 pessoas, na versão são-tomense, e entre uma e duas centenas, na versão portuguesa da época.

"Neste momento, presto respeito e homenagem a todos aqueles que lutaram pela liberdade e em particular aqueles que morreram pela liberdade faz agora precisamente 65 anos", disse Marcelo Rebelo de Sousa.

O Presidente acrescentou que Portugal sabe que "é reconhecendo o que foi o passado e construindo todos os dias o presente" que se constrói o mesmo desígnio: "ter cada pessoa concreta como princípio e fim da nossa atividade coletiva".

Marcelo Rebelo de Sousa está a efetuar uma visita de Estado de três dias a São Tomé e Príncipe, a primeira de um Presidente português em 18 anos.