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Sócrates é «pai do experimentalismo», diz Santana

O líder parlamentar do PSD, Santana Lopes, baptizou esta quarta-feira o primeiro-ministro como «pai do experimentalismo» por causa das políticas que tem colocado em prática em Portugal. José Sócrates respondeu que os sociais-democratas se realçam pela «ausência de alternativa e propostas».

O primeiro-ministro e o líder parlamentar do PSD trocaram esta quarta-feira acusações no debate quinzenal na Assembleia da República. O líder social-democrata considera que o chefe de Governo é o «pai do experimentalismo».

«Colocou o país em experimentação: primeiro tomou as decisões, bateu na parede e agora quer experimentar», disse Santana Lopes, que apontou exemplos como as políticas relacionadas com a Educação, os «projectos piloto» na Justiça e a «avaliação piloto» na Saúde.

Na resposta, José Sócrates acusou o PSD de se salientar pela falta de propostas, lembrando os «sete pecados mortais» apontados pelo maior partido da oposição aos três anos de governação socialista.

«Sabe, o pecado mortal na política é a ausência de credibilidade. É tempo do PSD apresentar propostas, caso contrário, irá concluir-se que o PSD é que está sem piloto», disse o primeiro-ministro.

Sócrates sublinhou ainda que os portugueses conhecem tudo sobre as questões internas dos sociais-democratas, mas desconhecem as propostas que apresentam para Portugal.

«Brinde-nos com alguma medida», pediu o primeiro-ministro, incitando ainda o líder parlamentar do PSD a pronunciar-se sobre as medidas apresentadas pelo Governo.

Um pedido que não mereceu acolhimento, com Santana Lopes a reservar para mais tarde uma posição do PSD sobre a decisão do Executivo de, a partir

de 01 de Janeiro, transformar o Hospital Amadora-Sintra numa entidade pública empresarial.

«Não nos pronunciamos na hora quando tira da algibeira uma medida para marcar o debate», adiantou o líder da bancada parlamentar do PSD, realçando que o seu partido sempre teve uma posição favorável em relação aos contratos de gestão privada.

Santana Lopes justificou ainda o adiar de uma tomada de posição por parte do PSD com os sucessivos recuos e «flic-flac à retaguarda» do Governo.

«Chega de recuos», disse, lembrando o último «recuo» dos socialista em relação ao projecto de lei para regular a aplicação de 'piercings'.

Quanto à decisão do Governo de reduzir em 50 por cento o valor de todas as taxas moderadoras na saúde para os utentes com mais de 65 anos, Santana Lopes defendeu a correspondência entre a isenção e os rendimentos dos utentes.

O líder parlamentar do PSD questionou ainda o primeiro-ministro sobre a razão que levou o executivo a avançar só agora com esta medida e quais os custos que lhe estão inerentes.

Sócrates explicou que o 'timing' escolhido está directamente relacionado com o facto de primeiro ter sido necessário colocar as contas públicas «em ordem», adiantando que a nova isenção irá custar ao Estado cinco milhões de euros.

Durante a troca de palavras entre o líder parlamentar e José Sócrates a proposta do PSD para reduzir os impostos voltou também a ser brevemente abordada, com o primeiro-ministro a reiterar que seria «leviano e irresponsável falar de redução de impostos sem conhecer os resultados da economia de 2007».

Redação