A ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, classificou este sábado de «oportunismo político» a oposição estar a «misturar» o actual Estatuto do Aluno com a agressão de uma aluna sobre uma professora, acto que considerou «lamentável». Uma situação criticada também pela Federação das Associações de Pais.
À margem das comemorações do Dia Mundial da Poesia, no CCB, a ministra criticou o «oportunismo político» de «estarem a misturar o Estatuto do Aluno, que é um quadro de regras que permite às escolas prevenir e agir, com este caso de indisciplina».
Ao contrário do que tinha dito na sexta-feira o secretário de Estado da Educação, a ministra Maria de Lurdes Rodrigues desvaloriza a importância do novo Estatuto do Aluno para evitar as agressões nas escolas.
«Invocar o Estatuto do Aluno a despropósito, sem uma palavras de consideração para com a professora e a escola, e tratar políticamente um assunto que tem de ser tratado pelo escola, é um mau caminho», acrescentou Maria de Lurdes Rodrigues.
Confrontada pela jornalista com o facto de ter sido o próprio secretário de Estado da Educação, Valter Lemos, e não a oposição, a sublinhar a necessidade de um novo estatuto do aluno para evitar casos de violência nas escolas, a ministra negou essa situação.
«A senhora como jornalista vai ter de ir rever todas as peças e verificar a posição do CDS, do PSD e ver que não foi o secretário de Estado [que fez essa ligação]», disse Maria de Lurdes Rodrigues.
Ontem, o deputado do PSD Pedro Duarte afirmou que algumas medidas tomadas pelo Ministério da Educação têm aumentado o clima de degradação e instabilidade vivido nos estabelecimentos de ensino.
Por seu lado, o deputado Nuno Magalhães, do CDS-PP admitiu que o partido poderá pedir a presença da ministra no Parlamento e criticou o PS por ter aprovado o Estatuto do Aluno, que «desautoriza os professores» e «cria uma cultura propícia a este tipo de fenómenos».
Federação de Pais lamenta aproveitamentos políticos
Também a Federação Concelhia das Associações de Pais de Porto lamentou hoje todos os aproveitamentos políticos do caso da aluna que agrediu a professora e criticou as «tentativas de mostrar serviço» da linha SOS Professor e dos sindicatos.
Num comunicado, a FECAP lamenta «todos os aproveitamentos políticos que este e outros casos possam suscitar, especialmente por parte de responsáveis e representantes de instituições com fins inconfessáveis».
No entanto, A FECAP admite que a «atitude da aluna e de outros jovens da turma é reprovável e deverá dar lugar a um rigoroso inquérito».