A Associação dos Oficiais das Forças Armadas acusa o Governo de estar a vender património ao desbarato, num encontro com o PCP. O ministério da Defesa nega qualquer ilegalidade depois de confrontado pela TSF com esta denúncia.
A Associação dos Oficiais das Forças Armadas considera que o Governo devia ponderar a criação de um comissão para que os militares possam acompanhar todo o processo de venda de património, em nome da credibilidade.
«A Associação de Oficiais considera que o património está a ser vendido globalmente por metade do preço da sua avaliação. O Governo devia ponderar a constituição de uma comissão de acompanhamento para que a alienação do património tenha graus de credibilidade e de confiança junto da população e daqueles a que o seu financiamento se destina», adianta Alpedrinha Pires.
O presidente da Associação dos Oficiais das Forças Armadas reconhece não saber de casos concretos, mas considera insuficiente «o acompanhamento e a acção de fiscalização que a Assembleia da República faz à posteriori da alienação do património».
Jerónimo de Sousa, líder do PCP, ouviu as preocupações dos militares e embora seja mais cauteloso, exige transparência.
«Há aqui uma penumbra, um nevoeiro, que convinha esclarecer e nesse sentido tomamos boa nota desta preocupação, designadamente por via parlamentar, vamos tentar que esse processo ganhe mais transparência. Não queremos fazer nenhuma acusação ou juízo de valor precipitado, mas acreditamos que todos ganharíamos se essa transparência existisse», afirma.
O PCP admite levar a alienação do património do Ministério da Defesa à Assembleia da República ou em Comissão de Defesa ou no plenário.
O Ministério da Defesa, ouvido pela TSF, esclarece que a venda de património do Estado é sempre feita com base em avaliações externas coordenadas e homologadas pelo Ministério da Defesa.