O economista António Borges acusa o Governo do PS de alegadas «pressões. Em entrevista ao jornal «Público», o ex-vice-governador do Banco de Portugal lembra alguns episódios com Manuel Pinho que considera «extraordinários». Na resposta, o ministro da Economia diz considerar o comportamento de Borges «peculiar».
Apontado por várias vezes para a liderança do PSD, o economista António Borges, que foi vice-governador do Banco de Portugal, acusa o Governo do PS de «pressão».
Em declarações ao jornal «Público», António Borges afirma que houve por parte do Governo uma intervenção que considera «extraordinária».
Depois de ter criticado a condução do processo que colocou António Mexia na presidência do conselho de administração da EDP no início de 2006, o Executivo terá feito saber que, se não fosse apresentado um pedido público de desculpas por essas palavras, nunca mais haveria trabalho para a Goldman Sachs em Portugal.
O militante do PSD recorda ainda um outro epidósio anterior a este. Em 2005, depois de ter apresentado uma moção num congresso do PSD em que se disponibilizava para ajudar os social-democratas a fazer uma oposição mais activa ao Governo, Manuel Pinho terá esperado apenas pela segunda-feira seguinte para o chamar ao gabinete e informá-lo que todos os contratos do Estado com a instituição bancária estavam cancelados a partir desse momento.
A explicação dada na altura foi a de que o Executivo queria renovar as equipas que trabalhavam para o Governo.
Entretanto, questionado pela TSF sobre estas declarações, Manuel Pinho disse apenas que «nunca utilizou os serviços da Goldman Sachs por serem muito caros».
«Os bancários costumam ser pessoas muito reservadas. É um pouco peculiar que, passados três anos, um quadro de um banco venha abordar estes assuntos», rematou.