Perante acusações de falta de imparcialidade da RTP, o director de informação da televisão pública, José Alberto Carvalho, diz que os jornalistas da RTP actuam sempre de acordo com a importância do assunto que estão a cobrir e não com a preocupação de cumprirem as quotas.
Esta segunda-feira, a Entidade Reguladora da Comunicação Social (ERCS) divulgou um relatório que indica uma atribuição excessiva de espaço televisivo ao Governo, em relação a outros partidos como o PSD, tendo em conta a representação parlamentar das diferenças forças politicas.
Respondendo a estas acusações, confirmadas à TSF pelo presidente da ERCS, José Alberto Carvalho afirma que «quando um jornalista toma uma decisão, a primeira pergunta que faz é se a questão é relevante ou actual, e não se a pergunta está de acordo com as quotas ou não».
José Alberto Carvalho nota ainda algumas falhas no relatório que foi hoje entregue pela Entidade Reguladora na Assembleia da República.
«Há, como é evidente para qualquer cidadão, muitas decisões políticas em Portugal que são condicionadas por outros agentes, como por exemplo os sindicatos, e isso não é contabilizado [no estudo]», critica Alberto Carvalho.
O director de informação da televisão pública aconselha, «por isso, que se aguarde por mais estudo e pelo relatório anual de actividade da ERCS onde haverá outros termos de análise».
O director de informação da RTP espera também que, com base neste relatório, os partidos políticos não tenham a tentação de condicionar a linha editorial da televisão do Estado.
«Este tipo de exercícios de monitorização de decisões jornalísticas não deve convidar os partidos a dizerem como querem as notícias», salienta José Alberto Carvalho, sublinhando que nenhuma iniciativa dos partidos portugueses deixou de ser noticiada pela RTP.