Luís Filipe Menezes diz que o relatório da Entidade Reguladora da Comunicação Social sobre a informação política na RTP é «infame e revoltante». O líder social-democrata diz que não ficou surpreendido com o relatório onde se conclui que o PSD está sub-representado na televisão pública. O CDS quer ouvir os directores de informação da RTP no Parlamento.
Luís Filipe Menezes afirma que o resultado do relatório da ERCS, que indica que o PSD tem 17 por cento de tempo nos telejornais da RTP, é normal tendo em conta o comportamento do actual Governo.
«É absolutamente infame e revoltante, mas é compreensível com um primeiro-ministro e um ministro do sector que querem ter uma influência permanente sobre aquilo que e a comunicação em Portugal», declara o líder do PSD.
«Parafraseando Mário Soares», Luís Filipe Menezes afirma que «as televisões privadas são viradas para os consumidores, enquanto à televisão pública é virada para a cidadania e para o cidadão» pelo que «o que está a acontecer é inaceitável».
Já o CDS, quer ouvir no parlamento explicações do director de informação da RTP, José Alberto Carvalho, e dos directos da RTP Madeira e Açores.
O deputado Pedro Mota Soares diz que há «um problema muito sério que tem de ser resolvido», em relação à RTP.
«No comentário político [da televisão pública] existe um comentador do PSD e um comentador socialista mas, pelos vistos, para a RTP não há nada a direita do PSD, nem há nada à esquerda do PS», critica.
«Além disso, os números da RTP Madeira e da RTP Açores deixam-nos muito preocupados», acrescenta Mota Soares.
Esta tarde ficou a saber-se que o prejuízo da RTP aumentou no ano passado em 46 por cento. Segundo as contas da empresa, o agravamento dos prejuízos ficou a dever-se ao aumento das taxas de juro. A RTP teve, no ano passado, um prejuízo de 24 milhões de euros.