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Menezes desvaloriza ausência de jornalistas no Congresso

O presidente do PSD, Luís Filipe Menezes, desvalorizou este sábado a decisão de Alberto João Jardim de impedir a cobertura jornalística dos trabalhos do congresso do PSD/Madeira, salientando que se trata de uma «reunião de trabalho».

«Este é um congresso de trabalho, muito virado para o futuro do PSD/Madeira, não me parece nada extravagante a decisão», afirmou Menezes, recordando que os jornalistas estarão presentes nas sessões de abertura e de encerramento.

«Vejo o Congresso do PSD/Madeira como um congresso de trabalho, em que o presidente do governo regional e líder do partido na região perspectiva começar a trabalhar de uma forma metodologicamente séria na sua sucessão», acrescentou o presidente do PSD, em declarações aos jornalistas no Porto.

Menezes salientou, no entanto, que «o PSD não é um partido com tradição de cercear a liberdade de acesso à informação nas questões fundamentais da vida do partido».

Nesse sentido, frisou que «os congressos nacionais, pela sua dimensão, nunca terão condições para serem vistos numa lógica de reunião de trabalho, mais intimista», pelo que afastou a possibilidade de os jornalistas virem a ser afastados dos trabalhos.

O líder do PSD voltou também a criticar a política de emprego do Governo que, segundo Menezes, não está a atingir os objectivos. Este responsável defende que o país está a assistir à falência de um modelo de governação.

Luís Filipe Menezes lamentou ainda o despedimento dos cerca de 800 trabalhadores da Delphi e da Iasaki Saltano, duas multinacionais.

Uma das empresas está instalada em Gaia, mas Menezes que é também presidente da autarquia, defende que este é um problema do governo central.

Nas declarações que hoje prestou aos jornalistas, na sede do PSD/Porto, Luís Filipe Menezes pronunciou-se ainda sobre a indicação do ex-ministro socialista Jorge Coelho para a presidência da construtora Mota/Engil, defendendo que não deve ser revisto o actual regime de incompatibilidades.

«Devemos deixar de ser hipócritas e assumir com naturalidade a existência de interesses divergentes na mesma pessoa», afirmou.

Para Menezes, «não se deve aumentar a blindagem (no regime de incompatibilidades) se não ficamos todos impedidos de trabalhar antes ou depois de ter funções públicas».

«O que é preciso é assumir com clareza quais são os interesses de cada um», defendeu, acrescentando que Jorge Coelho «é uma pessoa com grande carácter, que merece muito respeito».

Luís Filipe Menezes comentou ainda a sondagem hoje divulgada pelo semanário Expresso, que aponta para uma queda do seu partido, desvalorizando a questão.

«Temos que deixar de ser ridículos. As variações em relação ao mês passado são de meio ponto ou um ponto, isso é tecnicamente insustentável do ponto de vista de argumentação», frisou, recordando que as eleições são em 2009 e o PSD está a prepará-las «com tranquilidade».

Redação