José Sócrates disse, esta sexta-feira no Parlamento, que a entrega, por ajuste directo, à AeroNorte das ligações aéreas com Trás-os-Montes respeitou todas as normas legais e obedeceu à «pressa» do Governo em restabelecer a ligação.
O primeiro-ministro disse, esta sexta-feira, no debate quinzenal no Parlamento, que a entrega, por ajuste directo até à adjudicação definitiva, à empresa AeroNorte das ligações aéreas entre os Trás-os-Montes e o litoral respeitou todas as normas legais.
Em resposta a Paulo Portas, José Sócrates assegurou que o concurso que levou à escolha da AeroNorte «obedeceu a todas as normas legais em vigor e obedeceu ainda à pressa» que o Governo tem em «restabelecer essa ligação, para que Bragança saiba que existe solidariedade regional»
«Não discuto a pressa, e por isso lhe disse que compreendo as circunstâncias urgentes, mas pergunto se o Estado deve premiar uma empresa que o tentou enganar», reiterou o líder do CDS-PP.
O primeiro-ministro fez questão de voltar a frisar que o «tudo o que foi feito obedeceu às normas legais em vigor», sobretudo em nome da «politica de justiça e solidariedade no interior».
O Governo anunciou a escolha a AeroNorte para garantir as ligações aéreas com Trás-os-Montes esta quinta-feira, no mesmo dia em que ficou a saber-se que a empresa foi condenada pela Autoridade da Concorrência ao pagamento de quase 200 mil euros de multa por cartelização de preços.
O Estado - que vai agora pagar mais de um milhão de euros por este serviço à AeroNorte - é o mesmo Estado que, há menos de seis meses, foi vítima de um esquema de cartelização de preços promovido por esta mesma empresa.